A guerra na Faixa de Gaza provocou danos calculados entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões, afirmou o vice-ministro palestino da Economia, Taysir Amro, que também anunciou uma reunião de países doadores na Noruega em setembro. Moradores de Gaza e Israel reagiram nesta terça-feira (5) de formas distintas à trégua de 72 horas acordada entre as partes e à retirada das tropas israelenses do território controlado pelo Hamas. Enquanto os palestinos aproveitaram a pausa para retornarem às suas casas em meio ao cenário de destruição, residentes na fronteira de Gaza marcaram um protesto em Jerusalém contra o cessar-fogo, alegando que suas comunidades foram abandonadas.
"O Exército está recuando e ficamos mais uma vez nos sentindo abandonados, sem entendimentos, sem acordos, sem garantias de paz e segurança", disseram os organizadores do protesto. "Temos que começar a protestar hoje [terça-feira]".
Na página do evento no Facebook, os organizadores acrescentaram: "Não vimos qualquer conquista política ou militar contra o Hamas, e, na realidade, o lançamento de foguetes não parou por um momento A ameaça do túnel e o medo tornaram-se mais reais do que nunca".
O vice-ministro palestino da Economia explicou à reportagem que o valor dos danos não leva em consideração os "que afetam a economia de Gaza diretamente e pode aumentar após o cálculo dos efeitos indiretos sobre a população".
Um balanço mais preciso será elaborado mais tarde quando a calma retornar ao território palestino superpovoado e submetido a um bloqueio, onde mais de 1.850 pessoas morreram no conflito e quase 500 mil foram obrigadas a abandonar suas casas. O ministro não revelou detalhes sobre a reunião de países doadores.
Israel e o Hamas, que controla Gaza, iniciaram nesta terça-feira uma trégua no território, do qual as tropas israelenses se retiraram após 29 dias de ofensiva. O cessar-fogo, obtido com a mediação do Egito e dos Estados Unidos, deve durar, em tese, 72 horas.
Além de centenas de casas destruídas, há uma semana a única central elétrica da Faixa de Gaza parou de funcionar após um bombardeio israelense. O território palestino, submetido desde 2006 a um bloqueio imposto por Israel, sofre uma escassez crônica de água e importantes problemas de fornecimento de energia elétrica.
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