A decisão de vários estados dos Estados Unidos de legalizar a maconha para uso recreativo "não está de acordo com as convenções internacionais" sobre drogas, declarou nesta quarta-feira (12) o principal responsável da Organização das Nações Unidas (ONU) no combate às drogas, Yuri Fedotov.

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"Não vejo como (o uso recreativo dessa droga) pode ser compatível com as convenções existentes", declarou Fedotov, diretor-executivo do Escritório da ONU contra Drogas e Crime (UNODC). Na semana passada, os cidadãos de Alasca e Oregon aprovaram em um referendo a posse, o cultivo e a venda de maconha para maiores de 21 anos, passo já dado pelos eleitores dos estados de Washington e Colorado em 2012.

"Leis desse tipo não estão de acordo com a convenção sobre controle de drogas. Isso é claro", acrescentou Fedotov sobre o resultado das consultas populares. A maconha continua classificada como uma droga ilegal pela lei federal americana, embora o governo de Barack Obama tenha dado margem aos estados para desenvolver suas próprias normativas. Em Washington e Colorado já existem estoques de maconha, enquanto a decisão final no caso do Alasca e Oregon dependerá do Congresso americano.

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Fedotov declarou que na semana que vem viajará para Washington para se reunir com integrantes do Departamento de Estado e de outras agências da ONU para discutir sobre "as implicações dos resultados dos referendos". O diplomata russo acrescentou que a UNODC está "acompanhando" a situação e conversará com as autoridades dos EUA sobre sua posição "como governo federal".

O Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961 - adotada por 186 países, incluindo os EUA - só contempla o uso da maconha para uso médico e científico. O órgão que fiscaliza o cumprimento das convenções sobre drogas, a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, criticou os EUA em diversas ocasiões por permitirem a venda de maconha e ressaltou que isso "transgride o combinado nos tratados".