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Voluntário distribui comida quente para crianças imigrantes em Rozske, na Hungria | LASZLO BALOGH/REUTERS
Voluntário distribui comida quente para crianças imigrantes em Rozske, na Hungria| Foto: LASZLO BALOGH/REUTERS

A Organização das Nações Unidas (ONU) saudou nesta sexta-feira (11) a proposta da União Europeia de receber 160 mil refugiados e fez um apelo para que centros de acolhimento em grande escala sejam montados imediatamente em Grécia, Itália e Hungria, países que estão na linha de frente de um enorme afluxo de pessoas.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) também se congratulou com uma oferta feita por Washington de acolher 10 mil refugiados sírios, mas disse que “os Estados Unidos podem e devem fazer muito mais”.

O Acnur está enviando unidades habitacionais pré-fabricadas para servir de abrigo temporário durante a noite para 300 famílias na Hungria, país que está construindo uma cerca ao longo de sua fronteira sul com a Sérvia para deter o fluxo de pessoas que caminham rumo ao norte, na maioria com destino à Alemanha.

O porta-voz William Spindler disse que o Acnur está “acompanhando de perto” o uso do Exército pela Hungria para controlar a situação. “Obviamente esperamos que as autoridades respeitem os direitos de refugiados, seja a polícia ou o Exército”, disse.

A declaração foi parte de um alerta mais amplo à UE para que respeite o direito nacional e internacional na gestão das fronteiras, mais especificamente assegurando que as pessoas possam procurar asilo por causa de guerra e ou perseguição.

O Acnur reiterou que a UE teria de realocar 200 mil pessoas que estão nos países europeus da linha de chegada dos refugiados, como a Grécia e a Itália, até o final de 2016, mais do que os 160 mil mencionados no plano da UE.

“Nossas estimativas iniciais indicam necessidades ainda maiores, mas o foco deve estar agora em garantir que todos os Estados membros da UE participem dessa iniciativa, e que seja rapidamente implementada”, disse Spindler.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou na quarta-feira que a UE iria oferecer uma melhor proteção aos refugiados, mas também melhorar as sua defesa das fronteiras e deportar mais imigrantes ilegais.

Mais de 380 mil refugiados, cerca de metade deles sírios que fogem da guerra civil, atravessaram o Mediterrâneo até agora este ano, uma cifra que “deverá continuar a aumentar rapidamente durante as próximas semanas e meses”, disse o Acnur.

Afegãos, eritreus, nigerianos e somalis compõem os outros quatro maiores grupos de nacionalidades buscando as costas europeias, disse Spindler.

“Eles não vão ser dissuadidos por arame farpado ou mesmo viagens marítimas perigosas. A resposta é oferecer meios legais adequados para que as pessoas venham para a Europa em segurança”, disse.

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