A comissão investigadora da ONU para a Síria revelou nesta segunda-feira (16) que investiga um total de catorze denúncias de ataques com armas químicas durante o conflito armado no país.
O presidente da comissão, o brasileiro Paulo Sergio Pinheiro, afirmou que sua equipe não sabe quem foi o autor dos ataques nem o tipo de substâncias utilizadas.
"Não estabelecemos as responsabilidades ou a natureza dos materiais que foram utilizados", disse o presidente.
A ex-promotora de tribunais internacionais e membro da comissão, Carla del Ponte, disse que é imperativo permitir que membros da comissão entrem na Síria para realizar uma investigação apropriada sobre o uso de armas químicas.
"Uma investigação do exterior não tem valor probatório e não é suficiente", reconheceu.
A comissão, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU há dois anos, não foi autorizada pelo governo da Síria a visitar o país, apesar dos insistentes pedidos neste sentido.
Os seis relatórios que a comissão apresentou até agora se baseiam em informações de várias fontes confiáveis, visitas aos países vizinhos para entrevistar refugiados, feridos e desertores e em entrevistas realizadas por teleconferência com sírios que estão dentro do país.
Carla Del Ponte disse que qualquer investigação séria sobre a utilização de armamento químico deve ser realizada no local onde aconteceu o ataque.
Atuar desta maneira seria um "grande passo adiante" para a comissão, afirmou.
"Nós (os quatro membros da comissão) devemos entrar para realizar uma investigação adequada e saber quem exatamente usou armas químicas", declarou.
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