A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, solicitou nesta sexta-feira (5) às autoridades interinas do Egito que especifiquem as acusações contra os membros da Irmandade Muçulmana detidos nas últimas horas ou que os libertem.
"Não deveria haver mais violência, mais detenções arbitrárias, atos ilegais de vingança", assinalou Pilay em comunicado, no qual mostrou seu "preocupação pela detenção de vários líderes da Irmandade Muçulmana".
Posteriormente, em entrevista coletiva, o porta-voz de Pillay, Rupert Colville, esclareceu que a alta comissária pede especificamente que se tornem públicas as acusações dos que se acusa aos militantes detidos porque, como qualquer outro cidadão, têm direito a saber "com base em quê foram detidos".
Dito isto, Pillay fez um apelo a "todas as partes", incluindo a Irmandade, segundo Colville, para que a "a calma seja restabelecida" e rapidamente se volte a um sistema democrático plenário.
O porta-voz disse que a situação no Egito é "complicada e complexa" e que não se pode simplificar, por isso não quis se referir à destituição do presidente eleito, Mohammed Mursi, pelas Forças Armadas como um golpe de Estado.
"É preciso levar em conta que não houve apenas protestos, foram manifestações massivas de uma ampla parte da sociedade que precederam o que aconteceu e não vamos julgar o que ocorreu", afirmou Colville.
A Alta comissária só expressou seu desejo de que "a lei e o sistema de governo que respeita os direitos humanos de todos os egípcios - homens e mulheres - seja rapidamente restabelecido".
Pillay lembrou a necessidade dos direitos humanos e as liberdades individuais dos cidadãos se respeitem.
"Os protestos massivos e demonstrações do fim de semana passado foram uma clara indicação de que os egípcios querem que seus direitos fundamentais sejam honrados", acrescentou.
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