A agência nuclear da ONU convidou todos os seus membros, incluindo Israel, nações árabes e o Irã, a tomarem parte de conversações no final deste ano sobre o volátil Oriente Médio e os esforços para livrar o mundo de armas atômicas, mostrou um relatório divulgado nesta sexta-feira.
Israel e alguns países árabes indicaram estar prontos para participar do fórum proposto, em novembro, mas o Irã disse não ver motivo para tal encontro agora.
Em sua resposta ao convite formulado pelo diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, o representante do Irã nesse órgão fustigou Israel, arqui-inimigo do país e que é amplamente considerado o único país do Oriente Médio que tem um arsenal de armas nucleares.
A questão das armas nucleares é especialmente controversa no Oriente Médio. Nações árabes costumam criticar Israel por seu presumido arsenal. Israel e os Estados Unidos veem o Irã como a principal ameaça de proliferação dessas armas na região e acusam o país de procurar desenvolver secretamente armas nucleares. O Irã não tem armas nucleares e nega a intenção de produzi-las.
"Nós temos a visão de que a estabilidade na região não pode ser alcançada enquanto se mantêm massivos desequilíbrios em capacidades militares, especialmente por meio da posse de armas nucleares que permitem que uma parte ameace seus vizinhos e a região", escreveu o embaixador iraniano Ali Asghar Soltanieh, referindo-se a Israel.
A reunião de adversários regionais em torno da mesma mesa poderia ser simbolicamente importante, mesmo que um progresso substancial provavelmente continue difícil de ser alcançado.
Amano disse no relatório ao qual a Reuters teve acesso que escreveu a todos os estados-membros da AIEA convidando-os para o fórum em 21-22 de novembro, em Viena.
O debate se concentraria nas lições aprendidas e experiência relevante para o Oriente Médio sobre o estabelecimento de zonas livres de armas nucleares em outras regiões, especialmente África e América Latina.
Não são esperadas decisões nesse encontro, disseram diplomatas, que acreditam que ele possa ser útil para ajudar no diálogo.
Amano disse ter consultado os países da região para formular a agenda do fórum. Vinte nações do Oriente Médio, incluindo Egito, Irã, Israel, Arábia Saudita e Síria, responderam, disse Amano, que afirmou ainda no relatório ter encontrado boa receptividade, por isso escreveu a todos os países membros convidando-os para o Fórum.
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