Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Índia

Operações simultâneas de militares começam a resgatar reféns em Mumbai

Refém é libertada do Trident Hotel: 125 morreram na ação terrorista | PAL PILLAI/AFP
Refém é libertada do Trident Hotel: 125 morreram na ação terrorista (Foto: PAL PILLAI/AFP)

As operações de resgate que as Forças de Segurança realizam nos dois hotéis de luxo e num centro judaico tomados por terroristas em Mumbai, Índia, já libertou reféns. Embora o número de pessoas soltas ainda não tenha sido confirmado pelas autoridades locais, dezenas de hóspedes retidos desde quarta-feira (26) deixaram os edifícios nesta sexta (28), segundo a mídia local e fontes do Exército.

De acordo com parte da imprensa, mais de 30 reféns foram libertados. Segundo contabilidade da TV local, são 93 resgatados, a maior parte estrangeiros que se hospedavam nos hotéis Taj Mahal e Trident/Oberoi.

As TVs mostraram vários reféns deixando o Trident, acompanhados por soldados, e levados até um ônibus. Entre as pessoas resgatadas estaria uma pessoa com um bebê. Ninguém pôde dar entrevista.

Segundo a imprensa, foi possível escutar tiros nas três ações simultâneas. Porém, não há informações sobre mais mortos ou feridos. De acordo com o general Thamburaj, "quase todos os reféns foram resgatados" e "as operações estão perto do final".

Centro judaico

Soldados invadiram na manhã desta sexta um centro judaico em Mumbai, onde militantes islâmicos mantêm um número indeterminado de reféns. A operação foi feita por meio de um helicóptero.

Segundo fontes oficiais, no interior do complexo há cidadãos israelenses, entre eles um rabino. Explosões foram ouvidas após a entrada dos militares. Não há confirmação, porém, se a ação conseguiu resgatar reféns no centro judaico.

O número demortos aumentou para 125 nos ataques simultâneos em pelo menos sete pontos distintos em Mumbai, segundo o Ministério do Interior. Entre os mortos estão ao menos seis estrangeiros. Há ainda 327 pessoas feridas, sendo 26 policiais, 294 indianos e sete estrangeiros. Devido ao fato de o ataque acontecer em diversos pontos, os números ainda não são totalmente definitivos.

Um grupo islâmico quase desconhecido, chamado Deccan Mujahideen, assumiu a autoria dos ataques em e-mail enviado à imprensa, segundo a TV local.

Dois brasileiros, que estão em Mumbai, contaram que tiveram que ficar 'presos' no hotel e em casa para evitar serem alvos dos terroristas.

Ataques externos

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, disse nesta quinta-feira (27) que os ataques foram planejados e que, provavelmente, tinham 'ligações externas'. "Foi um ataque bem planejado e orquestrado, provavelmente com ligações exteriores, que pretendem implantar o terror."

As autoridades decretaram alerta nacional, e o governo da Índia, encabeçado por Manmohan Singh, convocou reunião de gabinete para estudar a situação.

O chefe de governo regional, Vilasrao Deshmukh, disse que diante do quadro de impasse, ele impôs toque de recolher na região central de Mumbai e deu folga para os funcionários públicos. Universidades, escolas e a Bolsa de Valores foram fechadas.

Como aconteceu

Segundo a polícia, tratou-se de uma série coordenada de ataques terroristas, realizados por homens fortemente armados, que tinham como alvos turistas ocidentais.

Ao menos sete pontos do sul da cidade, alguns deles turísticos, foram alvos dos atiradores: entre eles, uma estação de trem (Chhatrapati Shivaji Terminus), dois hotéis de luxo (Taj Mahal e Oberoi) e um restaurante (Leopold), todos freqüentados por turistas estrangeiros. Um quartel da polícia também foi atacado.

De acordo com outro chefe da polícia local, A.N. Roy, os atiradores usaram rifles automáticos e granadas nos ataques.

Segundo testemunhas, os agressores, homens com idades entre 20 e 25 anos, perguntavam às vítimas se elas tinham passaportes britânicos ou norte-americanos.

Repercussão

O Itamaraty condenou os ataques e informou que, segundo o consulado na cidade, não há registro de cidadãos brasileiros entre as vítimas.

A Casa Branca também criticou os atentados e lamentou a "perda de vidas inocentes" que resultou deles. O governo americano disse que reuniu funcionários de contraterrorismo, inteligência e defesa para avaliar os ataques e oferecer ajuda à Índia.

Segundo um porta-voz, o presidente George W. Bush estava sendo mantido informado sobre a situação e sobre a suposta "situação de reféns".

O Departamento de Estado dos EUA, por meio de seu porta-voz Robert Wood, condenou fortemente os ataques e disse que não havia informações sobre vítimas norte-americanas.

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, condenou os atentados e disse que os EUA e a Índia devem trabalhar em conjunto para combater as redes terroristas. "Estes ataques coordenados a civis inocentes demonstram como é grave e urgente a ameaça do terrorismo. Os Estados Unidos devem continuar a fortalecer as parcerias com a Índia e com as nações ao redor do mundo para cortar pela raiz e destruir as redes terroristas", disse o porta-voz de Segurança Nacional de Obama, Brooke Anderson.

A Eurocâmara informou que nenhum dos deputados da União Européia que estavam em missão na cidade se feriu. De acordo com porta-voz do parlamento, eles estavam em um restaurante no momento dos ataques.

O eurodeputado espanhol Ignasi Guardans disse à agência EFE que ele estava retido no restaurante e não podia sair por "razões de segurança".

A Índia registrou vários atentados a bomba nos últimos anos. Embora a maioria dos atentados tenha sido creditada a militantes islâmicos, a polícia também prendeu extremistas hinduístas suspeitos em alguns casos.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.