O presidente da Bolívia, Evo Morales, busca em 6 de dezembro a reeleição contra sete candidatos da oposição, que se mantém fragmentada contra o governo.
Com a conclusão, na madrugada de terça-feira, do prazo para a inscrição dos candidatos, o ex-governador Manfred Reyes Villa, cassado no ano passado em um referendo, e o empresário Samuel Doria Medina aparecem como os principais candidatos da dividida direita boliviana.
A dispersão oposicionista pode facilitar os planos de Morales para conseguir não só um novo mandato, como também o controle do Legislativo, essencial para consolidar reformas como a nacionalização do petróleo, decretada por ele em 2006, e uma ainda incipiente "revolução agrária."
Morales, que em fevereiro passado promulgou a nova Constituição plurinacional do país, começa a campanha com 57,7 por cento das intenções de voto, segundo uma recente pesquisa Gallup Internacional. Reyes Villa e Dora Medina não chegam a 10 por cento.
Morales e seu vice, Álvaro García, foram os primeiros candidatos inscritos na Corte Nacional Eleitoral, à frente de uma variada lista de candidatos ao Parlamento, escolhidos em grande parte por organizações sociais.
"Temos presentes nas listas absolutamente todos os setores, movimentos sociais e movimentos representativos de todas as regiões," disse a jornalistas Hector Arce, que renunciou na segunda-feira ao Ministério de Defesa Legal do Estado para disputar uma vaga de deputado.
No lado oposicionista, Reyes Villa anunciou que fará campanha com a promessa de mudar novamente a Constituição e dar "autonomia plena" para as regiões, numa aparente tentativa de obter o apoio do Departamento de Santa Cruz (leste), cujos líderes políticos e cívicos buscaram em vão uma candidatura unificada contra Morales.
O candidato a vice de Reyes Villa será outro ex-governador, Leopoldo Fernández, preso há quase um ano enquanto aguarda o julgamento por um massacre de camponeses leais a Morales.
Além de Reyes Villa e Doria Medina, a oposição registrou as candidaturas presidenciais dos populistas Ana María Flores, René Joaquino e Rime Choquehuanca e dos ex-dirigentes camponeses Alejandro Veliz e Román Loayza, que não apareciam em pesquisas eleitorais anteriores.
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