O líder oposicionista da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, que reivindica a vitória na eleição presidencial, fez um chamado à população para que realize uma greve nacional nesta segunda-feira (27) que paralise o país até o presidente Laurent Gbagbo, isolado internacionalmente, deixar o poder.

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A Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, enfrenta um violento impasse político desde a eleição presidencial de novembro, cujo objetivo era curar as feridas da guerra civil de 2002-2003, mas, em vez disso, acabou provocando confrontos sangrentos entre os campos rivais.

Um chamado semelhante à desobediência civil, feito na semana passada pelo chefe do governo paralelo instalado por Ouattara, o primeiro-ministro Guillaume Soro, não teve ampla adesão, mas uma tentativa de partidários deles de tomar a TV estatal RTI terminou com pelo menos 20 mortos quando rebeldes pró-Ouattara trocaram tiros com soldados leais ao governo.

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A turbulência levou os preços do cacau no Mercado futuro a sua maior alta em quatro meses enquanto o Eurobond do país caía a um nível recorde, diante do temor de que o governo não banque o pagamento de um título de 30 milhões de dólares em 31 de dezembro.

Não ficou claro de imediato se as operações nos portos de Abidjã e San Pedro, nos quais é escoada a maior parte da produção de cacau, foram afetadas pela convocação de greve.

O tráfego nas ruas de Abidjã era normal nesta segunda-feira, um dia antes da visita de três chefes de Estado de países do oeste da África, enviados pelo bloco regional Ecowas para pressionar Gbagbo a deixar o cargo. A Ecowas ameaçou usar a força se ele não ceder o poder.

A pressão internacional sobre Gbagbo vem aumentando desde a eleição de 28 de novembro. Tanto a Organização das Nações Unidas, como a União Europeia, os Estados Unidos, União Africana e a Ecowas dizem que Ouattara foi o vencedor.

Resultados provisórios da votação mostraram a vitória de Ouattara, mas os dados foram anulados por uma corte liderada por um aliado de Gbagbo.

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Em entrevista ao jornal francês Le Figaro, no domingo, Gbagbo disse que está levando a sério a ameaça da Ecowas, mas não está preocupado com isso.

"Seria a primeira vez que países africanos estariam interessados em ir à guerra contra um outro país porque a eleição não deu certo", disse Gbagbo, acrescentando ser uma vítima de um complô internacional.