O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, atraiu mais críticas da oposição por ter nomeado um dirigente cubano para tentar resolver a crise elétrica no país.

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Milhares de manifestantes, favoráveis e contrários ao governo, saíram às ruas da Venezuela nesta quinta-feira, por ocasião do 18o aniversário de uma tentativa de golpe patrocinada por Chávez.

O polêmico presidente socialista anunciou nesta semana que o vice-presidente cubano Ramiro Valdés, aliado de Fidel Castro desde os primórdios da sua luta revolucionária de 1959, vai dirigir um comitê encarregado de resolver os problemas elétricos venezuelanos.

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"Os cubanos tiveram seríssimos problemas de eletricidade, então, aqui conosco para liderar esta comissão técnica está um dos heróis da Revolução Cubana", afirmou Chávez.

O país está sob racionamento elétrico desde o fim de 2009, o que pode afetar a recuperação econômica e as chances dos candidatos governistas nas eleições parlamentares de setembro.

O governo atribui a crise a uma seca e ao aumento da demanda, após cinco anos de crescimento econômico. Já a oposição diz que os problemas refletem a incompetência do governo Chávez, que nesta semana celebrou 11 anos de poder.

A nomeação de Valdés, de 77 anos, que também é o ministro cubano da Informação e Comunicações, serviu como mais um argumento para a oposição, que há anos denuncia uma "cubanização" da Venezuela e acusa Chávez de arruinar o país tentando copiar o modelo comunista da ilha.

"Agora Cuba, que atravessou tantas décadas de apagões (...) nos manda um dos seus principais especialistas em como destruir um país", zombou o jornal oposicionista Tal Cual.

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Líderes oposicionistas dizem que Valdés tem mais experiência em censurar a imprensa do que em resolver problemas elétricos, apesar de, como vice-presidente, supervisionar o ministério da Indústria Básica, que abrange as questões de energia.

Já há milhares de profissionais cubanos na Venezuela, principalmente médicos e assistentes sociais. Chávez, que recentemente se declarou marxista, adora irritar seus adversários, e nesta semana disse que sonhava em permanecer no poder por mais 22 anos, ou mais 33.