A oposição libanesa, formada por partidos apoiados pelo Ocidente afirmou nesta terça-feira que o novo governo do país, anunciado na segunda-feira pelo primeiro-ministro Najib Mikati, é uma ferramenta nas mãos da Síria e do grupo xiita Hezbollah. O novo governo foi formado após um impasse político de cinco meses, que começou quando o Hezbollah e seus aliados abandonaram o governo do ex-premiê Saad Hariri.
O anúncio de segunda marca a chegada definitiva do Hezbollah ao poder, que começou quando o grupo xiita, uma guerrilha formada em 1982 no sul do Líbano, iniciou os combates contra as tropas israelenses. "O governo foi formado por vários partidos, mas o Hezbollah domina a máquina", disse Issam Arraji, um parlamentar que apoiava o governo de Hariri.
O ex-presidente libanês Amin Gemayel disse hoje que o gabinete foi formado após a intervenção síria. A Síria é aliada do Hezbollah. "Nós não queremos interferir nos assuntos da Síria e eles não deveriam interferir nos nossos", afirmou o político, que lidera o Partido Falangista, de direita.
O governo de Hariri era formado por muçulmanos sunitas, apoiados por conservadores cristãos na chamada coalizão 14 de Março. O Hezbollah possui o apoio do Amal, outro partido xiita, e do Movimento Patriótico Livre. "Este governo não reflete os resultados das eleições parlamentares. É um golpe no sistema democrático", disse o parlamentar cristão Michel Faroun.
A chegada do movimento xiita ao poder é um revés diplomático para os Estados Unidos, que forneceram US$ 720 milhões em auxílio militar ao Exército do Líbano desde 2007 e tentaram manter o país na esfera de influência ocidental. As informações são da Associated Press.
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