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Com o acordo político no Zimbábue, a oposição passa a controlar o gabinete e a polícia, informaram dois funcionários do partido oposicionista nesta sexta-feira (12). Os policiais, aliás, que perseguiram em vários momentos os oposicionistas, durante anos.

A oposição afirmou que alterar as leis draconianas do país em relação à segurança e à mídia são prioridades. Os funcionários falaram sob condição de anonimato.

Segundo eles, o presidente Robert Mugabe manterá controle dos militares, pelo acordo fechado na noite de quinta-feira, em Harare. Espera-se que o documento seja firmado na segunda-feira, na presença de líderes de países vizinhos, entre eles o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, que atuou como mediador.

Mbeki disse que o acordo seria tornado público apenas na segunda-feira. Mugabe não fez comentários e nenhum funcionário do partido havia tratado do caso.

No total, cinco funcionários do Movimento pela Mudança Democrática falaram nesta sexta-feira, sob condição de anonimato Dois deles deram detalhes sobre o texto. Outros dois disseram que há líderes oposicionistas descontentes com o acordo com Mugabe, que comanda o país desde sua independência da Grã-Bretanha, em 1980. Mugabe é acusado de usar fraudes e a violência para se manter no cargo.

Na vizinha África do Sul, o anúncio foi recebido com um otimismo cauteloso entre os refugiados zimbabuanos, muitos dos quais ansiosos para o retorno. Milhões de zimbabuanos deixaram o país por causa da violência e do caos econômico.

Entre os principais problemas econômicos do país estão a maior inflação do mundo e faltas crônicas de comida e combustível. Nações ocidentais se mostram dispostas a ajudar, mas isso depende de o quanto elas acreditam que Mugabe perdeu força.

O porta-voz da União Européia John Clancy disse na sexta-feira que os funcionários aguardam mais detalhes sobre o acordo na segunda-feira. O funcionário avaliou que era cedo para dizer se seriam retiradas restrições a vistos para aliados de Mugabe e outras sanções bancárias.

Pelo acordo, o líder da sigla oposicionista, Morgan Tsvangirai, de 56 anos, ficará com o controle do gabinete. Mugabe, de 84, mandará no conselho, que monitora o gabinete. Porém o presidente não terá poder de veto.

Mugabe venceu o segundo turno das eleições presidenciais em junho. Porém Tsvangirai, que conseguira maioria dos votos no primeiro turno, havia retirado sua candidatura, por causa da violência por que passava o país. Mugabe manteve o nome do rival na cédula e conseguiu uma vitória folgada. As informações são da Associated Press.

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