Trocas de tiros entre as forças leais ao presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, e os apoiadores do presidente de facto, Laurent Gbagbo, tomaram conta hoje das ruas de Abidjã, a principal cidade do país.
Desde o início do avanço das forças de Ouattara, na segunda-feira, as Forças Armadas marfinenses não têm oferecido resistência. Nesta quinta-feira (31), os apoiadores do presidente eleito já controlavam 80% do país, depois de terem tomado a capital, Yamoussoukro, e o porto de San Pedro, responsável pelo escoamento de metade da produção de cacau do país.
Gbagbo, que se recusa a deixar o cargo apesar de ter perdido as eleições de novembro do ano passado, recebeu um novo ultimato de seu adversário para deixar o poder. Cerca de 500 marfinenses foram mortos em confrontos desde o início da disputa política no país, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Também na quinta-feira, mantenedores de paz da ONU assumiram o controle do aeroporto de Abidjã. O oficial que vigiava os terminais, com 100 soldados, cedeu pacificamente o controle do local às tropas internacionais. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigiu que Gbagbo "ceda de imediato o poder" a Ouattara. Os Estados Unidos fizeram a mesma exigência.
Os disparos começaram em Abidjã pouco depois de as forças de Ouattara terem chegado à entrada da cidade. As forças de elite de Gbagbo tomaram posições em torno do palácio presidencial, enquanto soldados franceses realizavam patrulhas para a proteção de estrangeiros, acompanhados por um helicóptero da ONU. Ouattara impôs um toque de recolher em Abidjã ontem que deve durar até domingo.
Milhares de refugiados têm buscado abrigos em igrejas e prédios públicos desde o início dos confrontos, segundo informou a ONG Human Rights Watch. Pelo menos 112 mil cruzaram a fronteira oeste marfinense, em direção à Libéria, para fugir da violência em diversas regiões. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
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