Os protestos no Bahrein continuam hoje com milhares de pessoas ocupando uma área na capital do país, Manama. Outros milhares de manifestantes marcharam para lembrar o segundo homem morto durante confrontos com as forças de segurança. Um comitê estabelecido por sete grupos de oposição para coordenar os protestos convocou uma grande manifestação para o sábado, prevendo a participação de pelo menos 50 mil pessoas.
Hoje, milhares de pessoas foram até o necrotério de um hospital, onde estava o corpo de um homem morto ontem. Elas acompanharam o caixão, realizando protestos. As forças de segurança não foram até as áreas das manifestações. A Praça Pérola, área central para o tráfego no distrito financeiro da capital, estava tomada pelos manifestantes, muitos dos quais passaram a noite ali, em tendas.
O rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa, em um raro discurso na TV, ofereceu suas condolências ontem às vítimas. Ele prometeu que serão investigadas as mortes e a resposta das forças de segurança aos protestos. Também prometeu realizar reformas, como reduzir o controle da mídia e pagar benefícios extras prometidos para a população.
O comitê da oposição inclui grupos sunitas e xiitas. Ontem, o movimento oposicionista Al-Wafaq suspendeu sua participação no Parlamento, onde detém 18 das 40 cadeiras, em solidariedade aos manifestantes.
Os protestos e confrontos que começaram no domingo transformaram o Bahrein no mais recente alvo das rebeliões árabes, que já depuseram regimes na Tunísia e no Egito. Também podem representar um dilema para o governo dos Estados Unidos, do presidente Barack Obama, que trabalha para seguir os eventos sem prejudicar os interesses norte-americanos.
O Bahrein é uma pequena nação do Golfo Pérsico. Ainda que o próprio país explore pouco petróleo, seus vizinhos são alguns dos maiores produtores de petróleo no mundo. Sua posição fez do país um aliado de longa data dos EUA. A Quinta Frota dos EUA está sediada no Bahrein.
Prisões
Policiais acusados pela morte de dois xiitas no Bahrein foram presos em meio a uma investigação, afirmou o ministro de Interior. "Aqueles por trás dos dois casos de morte foram detidos e nós começamos as investigações preliminares", afirmou ontem na televisão o ministro de Interior, xeque Rashed bin Abdullah al-Khalifa. Ele pediu desculpas pelas mortes de dois manifestantes em confrontos com policiais na segunda-feira e ontem, dizendo que a polícia deve demonstrar comedimento. Não foi informado o número de presos.
"Nós lamentamos que os recentes eventos tenham causado mortes e nos desculpamos à nação, especialmente às famílias daqueles que morreram ou ficaram feridos", disse o ministro. "Nos últimos anos, eu sempre insisti que o pessoal de segurança deve mostrar comedimento para evitar tais eventos lamentáveis, e temos tido sucesso em fazer isso."
O rei Hamad prometeu realizar mais reformas - iniciadas com um referendo em 2001 que restaurou o Parlamento - a partir de 2002. O Legislativo estava fechado desde 1975. Nos anos 1990, o Estado árabe teve uma onda de protestos liderada pelos xiitas. As manifestações, porém, perderam força desde as reformas de 2001.
Ontem, milhares de pessoas se reuniram na Praça Pérola, após o funeral de um dos dois homens mortos. O protesto pela democracia foi convocado por ativistas pela internet. Inspiradas pelos levantes na Tunísia e no Egito, que levaram à queda de seus líderes apoiados pelo Ocidente, algumas pessoas no Bahrein dizem querer o fim da monarquia. O país do Golfo Pérsico, de maioria xiita, é comandado por uma dinastia sunita. As informações são da Dow Jones.
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