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8,3 milhões de eleitores registrados devem comparecer às urnas para votação: expectativa é de que o MPLA mantenha sua maioria no legislativo | Stringer / Reuters
8,3 milhões de eleitores registrados devem comparecer às urnas para votação: expectativa é de que o MPLA mantenha sua maioria no legislativo| Foto: Stringer / Reuters

A primeira eleição angolana em 16 anos terá um inesperado segundo dia de votação nesta sábado (6), disse uma autoridade local. A oposição disse que o pleito está sendo caótico e deveria ser repetido.

Caetano de Sousa, diretor da Comissão Eleitoral Nacional, disse que a votação será prorrogada na província de torno de Luanda, a capital, onde houve atrasos generalizados nesta sexta-feira (5).

"Todas as seções eleitorais que por problemas logísticos não tenham aberto irão funcionar em 6 de setembro", disse Sousa em entrevista coletiva.

Não está claro se isso satisfaz à Unita, maior partido da oposição, que antes se queixara da "bagunça" e exigiu a repetição do pleito.

"O sistema praticamente entrou em colapso, e temos de fazer algo para recuperá-lo", disse Isaias Samakuva, dirigente da Unita.

Dois partidos menores (PRS e PDP-ANA), que ocupam algumas cadeiras no atual Parlamento de 220 vagas, apoiaram a repetição do pleito.

Uma missão de observadores europeus também apontou desorganização na votação, em que o MPLA, no poder desde a independência (1975), é favorito. Samakuva acusou o partido governista de contar com acesso privilegiado a verbas e à mídia.

Horas antes da abertura das urnas, às 7h (3h em Brasília), longas filas já se formavam em Luanda, reduto do MPLA. Muitas seções atrasaram horas para abrir, e outras nem funcionaram. No interior, a votação foi normal e terminou no horário previsto (18h; 14h em Brasília).

As autoridades atribuíram os atrasos principalmente a problemas nas listas de eleitores.

Angola espera que sua eleição dê um exemplo para a África - especialmente depois das turbulências eleitorais de Zimbábue e Quênia neste ano - e sirva de vitrine para a recuperação que vem se dando desde o final da guerra civil, em 2002, com ajuda do dinheiro do petróleo.

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