O maior partido de oposição do Egito, a Irmandade Muçulmana, se reunirá pela primeira vez neste domingo com o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, para discutir a crise política do país.
O partido, que foi proscrito em 1954, disse em comunicado que seus representantes farão "legítimas e justas" exigências na reunião com Suleiman e insistirão no fim imediato do regime do presidente Hosni Mubarak.
As conversações serão as primeiras entre o governo egípcio e o partido em anos, e sugerem que a Irmandade Muçulmana poderá ter um papel político na era pós-Mubarak, ao lado de outros grupos oposicionistas.
Suleiman acusa o partido, empresários e estrangeiros não identificados de estarem por trás de uma onda de roubos e incêndios criminosos que tomou conta de boa parte do país no último fim de semana, depois que as forças do governo inexplicavelmente deixaram as ruas.
Há 13 dias o governo egípcio vem enfrentando uma série de protestos em massa que pedem a renúncia de Mubarak, no poder há quase 30 anos.
No sábado, líderes do Partido Nacional Democrático (PND), de Mubarak, incluindo seu filho, Gamal, renunciaram a seus cargos. Mubarak quer permanecer no governo até as eleições de setembro, quando, como já anunciado, não concorrerá à reeleição. Gamal também não concorrerá à presidência, segundo Suleiman.
As concessões, no entanto, não sensibilizaram os manifestantes. Na manhã de hoje, cerca de 2 mil deles permaneciam acampados na praça Tahrir, no centro do Cairo, a capital egípcia. As informações são da Associated Press.
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