A oposição ucraniana estimou nesta quinta-feira (20) em mais de cem o número de mortos nos violentos confrontos registrados desde terça-feira (18) em Kiev e que voltaram a se intensificar no centro da capital.
"Perdemos mais de cem pessoas desde o início dos confrontos", assegurou Aleksandr Turchinov, um dos dirigentes do principal partido opositor, o Batkivschina (Pátria), em discurso na Suprema Rada (parlamento ucraniano).
O Ministério da Saúde, por outro lado, confirmou a morte de 67 pessoas - incluindo 13 policiais, segundo o ministério do Interior - e precisou que 11 deles morreram em hospitais.
Além disso, autoridades estimam em mais de mil os feridos nos confrontos, a maioria deles na sangrenta jornada de hoje, já que, até esta manhã, quando a trégua estipulada ontem entre autoridades e oposição ainda estava em vigor, 30 pessoas haviam morrido.
Segundo o deputado Sviatoslav Khanenko, do partido opositor Svoboda (Liberdade), 60 pessoas teriam morrido nos confrontos de hoje em Kiev. "A polícia está utilizando balas de combate e blindados. Disparam para matar", disse o deputado opositor.
Khanenko, chefe do serviço médico do denominado Estado-Maior de Resistência Nacional, indicou que a maioria das mortes ocorreu junto à Praça da Independência (Maidan), coração dos protestos que explodiram em Kiev há três meses.
O ministro ucraniano do Interior, Vitali Zajarchenko, ordenou hoje a entrega de armas de combate aos soldados policiais e advertiu que a lei permite o uso das mesmas contra os manifestantes extremistas.
Segundo um comunicado do ministério de Interior, durante os violentos confrontos registrados hoje nas ruas de Kiev, os manifestantes opositores ucranianos detiveram 67 soldados, dos quais não possuem informações.
Desta forma, o ministério do Interior advertiu que, "para a libertação de seus colegas, as forças de segurança têm direito a empregar todos os meios que a lei permite, incluindo armas".