O líder opositor egípcio e Nobel da Paz Mohammed ElBaradei afirmou, hoje, que o golpe militar sofrido pelo país é uma retomada da Primavera Árabe e "um passo em direção à reconciliação nacional".
ElBaradei discursou à nação do mesmo tablado onde, minutos antes, Abdul Fatah al-Sisi, chefe do Exército do Egito, anunciou a deposição do presidente, Mohammed Mursi, e apresentou os próximos passos políticos a serem tomados no país.
Líder da Frente de Salvação Nacional, principal partido de oposição ao Mursi -cujo governo foi marcado pelo apoio da Irmandade Muçulmana, conservadora e associada a religiosos-, ElBaradei aderiu ao golpe, que suspende a Constituição vigente.
Outra presença importante ao lado de Sisi durante o pronunciamento é o partido Al Nur, a segunda maior organização política islâmica do país, antiga aliada de Mursi, mas que se juntou à oposição após os protestos de 25 de janeiro de 2012, que lembravam um ano do início da revolta que havia derrubado o ditador Hosni Mubarak.
O secretário-geral do Al Nur, Galal Morra, justificou o golpe como uma manobra para "evitar o derramamento de sangue".