O ex-prefeito venezuelano Enzo Scarano disse nesta terça-feira ter sido vítima de tortura psicológica e maus-tratos na prisão militar de Ramo Verde, a mesma onde está detido há quase um ano o líder opositor Leopoldo López.
Scarano foi destituído do cargo de prefeito de San Diego, no estado de Carabobo, e ficou quase dez meses presos após o Tribunal Supremo de Justiça considerar que ele desacatou uma ordem judicial que determinava que ele deveria agir para desmantelar barricadas montadas na sua cidade por manifestantes no ápice dos protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
O ex-prefeito foi liberado da prisão por motivos de saúde e viajou aos EUA para se tratar. Ele disse, porém, que não pretende pedir asilo político ao país.
"Tudo que eu tenho está na Venezuela. Continuo na Venezuela e continuarei por toda minha vida. Vou voltar ao meu país, construir, dialogar e estar com minha gente. Não tenho nada a temer", afirmou em uma entrevista coletiva.
Scarano disse que os abusos começaram no próprio processo de destituição, já que lhe deram apenas cinco minutos para apresentar sua defesa.
"Foram cometidas todas as aberrações no processo legal, violaram a Constituição por todos os lados".
Na prisão, relatou ter sido vítima de agressão física e tortura psicológica. A primeira cela na qual ficou encarcerado e mantido incomunicável por três dias não tinha luz e e era cheia de escombros. Nesse período, ele só recebeu uma refeição e uma garrafa de água por dia.
"Foram 10 meses e 15 dias muito duros", diz Scarano, que afirma que López e outros presos políticos passaram pelo mesmo tratamento.
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