Para familiares da personal trainer brasileira, Marcia Mikhael, de 40 anos, o fato de ela ser descendente de libaneses e falar árabe pode ter motivado o sequestrador a utilizá-la como contato com o exterior durante o sequestro no Lindt Chocolat Cafe, em Martin Place, em Sydney. Márcia é natural de Goiânia (GO) e, segundo os familiares que moram em Goiás, a personal trainer e sua família se mudaram para a Austrália quando ela tinha 13 anos. Casada com um libanês, Márcia Mikhael tem três filhos de 18, 13 e 7 anos.
Para os familiares, o fato de a brasileira falar árabe pode ter sido a razão do perfil dela ter sido usado pelo sequestrador para se comunicar e fazer exigências à polícia australiana. "Ficamos sabendo do sequestro no perfil dela no Facebook", contou a prima e agente de viagens que mora em Goiânia, Cláudia Marone. Em uma das mensagens, o perfil da personal lista as exigências feitas pelo sequestrador.
Claudia Marone informou que a própria família estava evitando passar informações e só tinha contato pela rede social whatsapp com Janete el Khouri Nader, irmã da personal trainer. Na última mensagem enviada, ela contou que os pais e o filho mais velho de Márcia só souberam do sequestro hoje à tarde, pouco antes da polícia invadir o café em Sidney.
Claudia Marone contou ainda que, desde que se mudou para a Austrália, a família só voltou a Goiás para passear. A última visita foi há quatro anos. Segundo ela, Marcia trabalha no prédio onde fica o Lindt Chocolat Cafe e frequentava o local.
A brasileira foi mantida refém desde as 21h (horário de Brasília) de domingo (14), até 13h desta segunda-feira (15), quando o café foi invadido pela polícia australiana. Márcia Mikhael tem dupla cidadania e, segundo o secretário de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás, Isanulfo Cordeiro, a policia australiana não contabilizou a goiana como brasileira. "Para eles, só tinha australianos entre as vítimas. Mas acompanhamos a situação", afirmou.
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