O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse na terça-feira que o giro que realiza o presidente dos EUA, George W. Bush, pela América Latina carece de propostas e é apenas um mero passeio para tirar fotos.
O tour de Bush por cinco países latino-americanos busca demonstrar que o mandatário quer ajudar a combater a miséria na região, mas ele tem sido enfático em defender as operações de seu país contra os imigrantes ilegais.
Ortega, um esquerdista crítico das política neoliberais, disse que ``a melhor notícia'' que poderia trazer Bush à região seria anunciar a destruição de um muro que ele planeja construir em algumas partes da fronteira com o México, na tentativa de deter o fluxo de milhões de imigrantes ilegais que tentam chegar aos Estados Unidos.
``Ele veio tirar fotos com alguns presidentes latino-americanos. Esteve ontem na Guatemala, hoje está no México, mas não traz absolutamente nada'', disse Ortega.
``O presidente Bush não foi bem preparado para essa visita porque não trouxe nada'', acrescentou o mandatário, que encabeça seu segundo governo depois de chegar ao poder pela primeira vez em 1979, após uma revolução liderada pela Frente Sandinista de Libertação Nacional.
Bush encerrará na quarta-feira no México a viagem pela América Latina, que incluiu visitas a Brasil, Uruguai, Colômbia e Guatemala.
Depois de promover temas como o livre comércio, a luta contra a miséria e o narcotráfico, o presidente norte-americano enfatizou a questão dos imigrantes em sua passagem por Guatemala e México.
Na terça-feira, Bush prometeu ao México não cessar seus esforços para obter uma reforma nas leis de imigração, depois que o Congresso dos EUA a rechaçou no ano passado, decidindo em vez disso erguer um muro na fronteira, o que foi repudiado pelo país vizinho.
Os mexicanos representam mais da metade dos 12 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos Estados Unidos e a cada dia milhares buscam cruzar a fronteira, arriscando a própria vida.
Em sua escala anterior, na Guatemala, Bush defendeu as recentes operações nos EUA que culminaram na deportação de centenas de imigrantes ilegais. Ele também defendeu a construção do muro em 1.120 quilômetros do total de 3.000 quilômetros da fronteira que separa o país do México.
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