
Trípoli - A Otan, aliança militar ocidental, admitiu dificuldades nos ataques às forças do ditador Muamar Kadafi desde que substituiu a coalizão EUA/Reino Unido/França na chefia da operação militar na Líbia, na semana passada.
Os rebeldes líbios vêm perdendo o terreno que haviam conquistado no início dos bombardeios aliados, há 19 dias, e se queixam cada vez mais de inação da aliança o que, segundo eles, ajudou Kadafi a interromper a produção de petróleo em áreas dominadas pela insurgência.
"As forças do governo têm medo da Otan, mas a Otan não bombardeia nada, disse Idriss Karim, um dos rebeldes.
Carmen Romero, porta-voz da Otan, insistiu em que o ritmo dos ataques não mudou, mas reconheceu que novas táticas do ditador dificultaram a operação militar.
"As forças de Kadafi estão usando veículos não militares, escondendo tanques em cidades como Misrata [bastante povoada] e fazendo civis de escudos humanos, afirmou Romero. A resolução da ONU que respalda a ação na Líbia tem como objetivo explícito a proteção dos civis.
Carta a Obama
Numa carta em que chama o presidente dos EUA de "filho e "excelência, Kadafi pediu a Barack Obama que ordene o fim da "guerra injusta contra o povo líbio e lhe desejou sorte na sua tentativa de reeleição em 2012.
Jay Carney, secretário de imprensa da Casa Branca, confirmou o recebimento da carta e disse que as condições estipuladas por Obama, que já defendeu a saída do ditador, são as mesmas.
Um enviado do governo dos EUA, Chris Stevens, viajou a Benghazi, a capital rebelde, para conversar com os insurgentes; ao mesmo tempo, um ex-deputado republicano, Curt Weldon, foi a Trípoli a convite de Kadafi para tentar negociar com os governistas.