A Otan anunciou nesta quarta-feira que ampliou a missão na Líbia por mais 90 dias depois que Muamar Kadafi deixou claro que não renunciará, o que encerrou as esperanças de uma solução negociada ao levante contra seu governo de 41 anos.

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A aliança militar de 28 nações assumiu, no fim de março, uma campanha de ataques aéreos com 90 dias de duração para impor uma zona de exclusão aérea e um embargo de armas à Líbia, com o objetivo de proteger os rebeldes civis dos ataques das forças de Kadafi.

"A Otan e seus parceiro acabam de decidir ampliar nossa missão na Líbia por mais 90 dias", disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, em comunicado.

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"Esta decisão envia uma mensagem clara ao regime de Kadafi: estamos determinados a continuar nossa operação para proteger o povo da Líbia."

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, declarou na terça-feira, após conversas com o líder líbio, que Kadafi afirmou enfaticamente que não deixará a Líbia -- tornando impossível um fim negociado para o conflito, diante da exigência dos rebeldes pela saída dele.

Zuma esteve em Trípoli na segunda-feira tentando ressuscitar um "mapa do caminho" africano para encerrar o conflito, que teve início em fevereiro com um levante contra Kadafi e desde então se tornou uma guerra na qual milhares já foram mortos.

Os rebeldes líbios e a Otan colocaram a saída de Kadafi como principal condição para qualquer cessar-fogo.

Surgiram novas dúvidas sobre quanto tempo Kadafi pode se manter no poder depois que um alto funcionário da Organização das Nações Unidas disse que a carência de alimentos e remédios em áreas controladas por Kadafi equivale a uma "bomba-relógio".

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Panos Moumtzis, coordenador humanitário da ONU para a Líbia, disse à Reuters em Trípoli na terça-feira que alguns estoques de comida em áreas sob domínio de Kadafi devem durar somente semanas.

"Não creio que haja fome, desnutrição. Mas quanto mais o conflito dura, mais os estoques de comida se reduzem, e é uma questão de semanas até o país chegar a uma situação crítica", declarou Moumtzis em uma entrevista.

"Os suprimentos de alimentos e remédios são um pouco como uma bomba-relógio. No momento estão sob controle, mas se isso ainda durar um bom tempo, vai se tornar um assunto sério", disse.