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Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA | Divulgação/Polícia de Plam Beach
Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA| Foto: Divulgação/Polícia de Plam Beach

O mais importante e contundente documento sobre mudanças climáticas já divulgado no mundo, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), confirmou nesta sexta-feira que as alterações no clima do mundo são "muito provavelmente" causadas pela ação humana . A expressão "muito provavelmente" do IPCC significa uma probabilidade acima de 90%. Essa declaração, antecipada por alguns jornais nos últimos dias, é bem mais forte do que a feita no último grande relatório do órgão, em 2001, quando o percentual era de 66%.

O IPCC prevê que a temperatura da Terra aumentará entre 1,8 e 4 graus centígrados até o final do século. No século XX a temperatura média do planeta aumentou 0,6 grau Celsius e os efeitos já podem ser sentidos com clareza.

Cientistas e autoridades do IPCC basearam suas estimativas no conjunto das pesquisas científicas realizadas nos últimos seis anos para corrigir os dados contidos no boletim anterior, de 2001. Eles calculam ainda que, segundo diversos cenários, a alta das temperaturas pode variar entre 1,1 e 6,4 graus.

Nas próximas duas décadas, a temperatura vai aumentar 0,2 grau por década, devido às emissões de gases do efeito estufa já realizadas. Também não será possível evitar que o aumento continue a um ritmo de 0,1 grau por década, mesmo que as emissões tivessem sido contidas ao nível das emitidas em 2000.

Conforme os dados antecipados nessa quinta-feira, o painel sobre mudanças climática das Nações Unidas faz uma das mais severas advertências divulgadas até hoje de que a ação humana está provocando o aquecimento do planeta e confirma que isso pode levar a uma maior estiagem, tempestades mais violentas e a elevação do nível do mar até 2100.

O documento, de 15 páginas, será encaminhado para líderes governamentais do mundo para que possa servir de base para mudanças. Este é o primeiro de uma série de quatro relatórios que serão divulgados este ano sobre as ameaças do aquecimento global.

O documento a ser divulgado em abril detalha as conseqüências do aquecimento global e as opções para se adaptar a ele. De acordo com este estudo, o aumento da temperatura global causará grave falta de água na China, na Austrália e em partes da Europa e Estados Unidos e fará com que cerca de 200 a 600 milhões de pessoas passem fome por volta de 2080. O texto diz ainda que inundações litorâneas podem danificar sete milhões de casas.

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