Os países da União Europeia (UE) se mostraram bastante divididos hoje acerca da instalação de scanners de corpo inteiro em aeroportos do continente. Alguns dos membros do bloco minimizaram, inclusive, a necessidade de haver novas medidas de segurança.

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Washington busca aumentar a segurança em todos os voos transatlânticos para os Estados Unidos, o que é uma dura tarefa, já que os aeroportos europeus transportam milhares de passageiros em mais de 800 voos por dia. A quantidade se explica devido à lucrativa rota do Atlântico Norte.

O secretário de Estado para Transportes da Bélgica, Etienne Schouppe, descreveu o uso de scanners como "excessivo", dizendo que as medidas de segurança em aeroportos europeus já são "estritas o suficiente". A Espanha demonstrou ceticismo sobre a necessidade de scanners de corpo inteiro.

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A Alemanha e a França tampouco se comprometeram com a iniciativa. Um porta-voz do Ministério do Interior alemão disse que é preciso primeiro mudar as regras da UE sobre segurança em voos, antes de se usar scanners. A maioria dos membros da UE deve concordar para que isso se transforme em uma política, notou o porta-voz.

Por outro lado, a Itália se uniu a Estados Unidos, Inglaterra e Holanda ao anunciar medidas para instalar os scanners. O ministro de Interior, Roberto Maroni, disse hoje que os scanners de corpo inteiro serão usados no Aeroporto Leonardo da Vinci, em Roma, no aeroporto Malpensa, de Milão, e em Veneza dentro de três meses. No total, os italianos comprarão aproximadamente dez scanners.

Na Holanda, o Aeroporto Schipol, em Amsterdã, possui 15 scanners e o governo local se comprometeu a comprar mais 60 aparelhos. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, pressiona em seu país para que mais equipamentos sejam comprados e entrem em operação.

Temor

Especialistas em aviação devem agora avaliar se os scanners de corpo inteiro podem ser adaptados à legislação da UE, disseram funcionários. Qualquer mudança significativa precisa ser tomada pela Comissão Europeia e aprovada pelo Parlamento, em um processo que deve levar vários meses, mesmo com a concordância de todos os países do bloco.

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Alguns especialistas questionaram a eficácia técnica desse tipo de scanner. Além disso, há temor de alguns países quanto à possibilidade de exposição das pessoas submetidas ao processo, ferindo seus direitos individuais.

A Administração de Segurança nos Transportes, que usa 40 scanners nos EUA, anunciou planos para comprar outras dezenas deles. Desde a tentativa de atentado terrorista em 25 de dezembro, na qual um nigeriano foi acusado de tentar explodir um avião norte-americano que seguia de Amsterdã para Detroit, Washington reavalia suas regulamentações de segurança.