Os países pobres desafiaram ontem o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enquanto ele recebia seu Prêmio Nobel da Paz. As nações pediram que os EUA passem a integrar o Protocolo de Kyoto e ajudem a liberar fundos de US$ 200 bilhões para o combate às mudanças climáticas.
"Esse é o desafio que o presidente Obama precisa enfrentar. Isso é o que esperamos dele como um vencedor do Prêmio Nobel", afirmou o embaixador Lumumba Stanislas Dia-Ping, do Sudão, representando os 130 países pobres do chamado G-77, mais a China. Para o embaixador, Obama representa tanto o mundo desenvolvido como os mais pobres, pois têm vários parentes na África.
Dia-Ping pediu que os EUA passem a fazer parte do Protocolo de Kyoto. Washington ajudou a formular o tratado em 1997, mas o abandonou em 2001. Ele descreveu o protocolo como "um acordo justo e equilibrado, que poderia salvar o planeta".
O negociador-chefe dos EUA, Todd Stern, descartou na quarta-feira que o país retorne ao Protocolo de Kyoto. "Nós certamente não seremos uma parte do Protocolo de Kyoto...isso não está em negociação."
Emergentes
As principais economias emergentes do mundo, lideradas pela China, pediram ontem uma emenda "com força de lei" ao Protocolo de Kyoto. Segundo essas nações, os países desenvolvidos devem reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa em mais de 40%, tendo como base os níveis de 1990.
A iniciativa, liderada pelos chineses com apoio do Brasil e da Índia, foi concebida como uma réplica dos países em desenvolvimento a outro acordo apresentado pela Dinamarca, país que sedia a conferência.
O texto das nações em desenvolvimento coloca como meta que as temperaturas globais não aumentem mais de 2 graus Celsius até 2100, tendo como base as temperaturas registradas antes da Era Industrial. As nações ricas também concordam com essa meta.
Os gigantes emergentes, porém, pedem que os países ricos que se comprometeram com reduções nas emissões de CO2, de acordo com o Protocolo de Kyoto, de pelo menos 5% até 2012 a "multiplicar por oito" essa promessa, em um segundo período, até 2020.
O rascunho afirma que esses compromissos devem ser feitos "principalmente através de medidas domésticas", e não da compra dos chamados "créditos de carbono" em países em desenvolvimento. Também estipula que qualquer país desenvolvido que não esteja comprometido com Kyoto na prática, os Estados Unidos se comprometa com as mesmas metas.
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