O Papa Bento XVI vai comemorar o seu 80º aniversário nesta segunda-feira (16), no Vaticano, rezando outra missa. Ele também vai almoçar com os cardeais e assistir a um concerto.
Já em frente à sua casa, na cidade de Marktl am Inn, apesar de não estar presente, Bento XVI ganhou uma festa de centenas de crianças, que levaram balões brancos e amarelos.
No domingo (15), o Papa lembrou de João Paulo II e de sua família. Ele citou a família e sua ordenação sacerdotal como exemplos dos dons que Deus lhe concedeu em sua vida.
Bento XVI explicou que a cerimônia desse domingo serviria para "refletir" sobre um período "não breve" de sua existência.
O Papa disse que, embora "a liturgia não sirva para falar de si mesmo", a "própria vida pode servir para anunciar a misericórdia de Deus".
Para ele, nascer nesse período "no seio de uma família", e "renascer" na mesma época, através do batismo, no seio "da grande família de Deus" são dons divinos.
"Agradeço a Deus por ter podido ter a experiência do que significa a família", disse o Papa. Papa agradeceu aos irmãos
Segundo o Pontífice, com sua família pôde conhecer o que quer dizer "paternidade", o que o ajudou "a compreender Deus como Pai". Com seus familiares, pôde, ainda, "experimentar o que quer dizer a bondade materna, sempre aberta, (um lugar) onde procurar refúgio", e, por isso, capaz de lhe "dar a liberdade".
Depois, o Pontífice agradeceu por seu irmão e sua irmã, que "estiveram sempre fielmente próximos" o tempo todo em sua vida.
O Papa deu também agradeceu pelo fato de que "desde o primeiro dia, fez parte da grande comunidade dos fiéis", na qual se podem encontrar "a sabedoria humana e a sabedoria de Deus".
Prosseguindo nos relatos sobre a sua vida, Bento XVI falou sobre o momento em que recebeu um "novo e exigente dom": a chamada ao ministério sacerdotal.
"Em 1951, junto a mais de 40 companheiros, encontramos-nos na catedral de Freiburg (Alemanha), ficamos prostrados no chão, e sobre nós se invocaram todos os santos. Ali me pesou a consciente pobreza da minha existência perante esse dever", contou.
A homilia serviu, ainda, para o Papa expressar "sua alegria e reconhecimento" por todos aqueles que o ajudam com oração, "com fé e amor" a realizar seu trabalho como Pontífice, e que são "indulgentes" com "fraquezas".
Após a celebração, o Papa também agradeceu pelo "afeto" que recebe, "como o de uma verdadeira família", por parte de toda a Igreja, especialmente nestes dias.
João Paulo II
Bento XVI lembrou de seu predecessor, o Papa polonês João Paulo II.
João Paulo II "viveu sob duas ditaduras e, no contato com a pobreza, com a necessidade e a violência, ele obteve uma profunda experiência do poder das trevas, que ameaçam também o mundo atual", disse Bento XVI.
João Paulo II conheceu a ocupação nazista e depois o regime comunista na Polônia.
Bento XVI também afirmou que somente a misericórdia é capaz de trazer a paz, "não a paz segundo a mentalidade do mundo, como equilíbrio das forças, mas como uma nova realidade, fruto do amor de Deus".
"Peçamos que este dom de Deus seja concedido sobretudo às nações onde imperam a opressão, o ódio e a tragédia da guerra", declarou o Papa em sua mensagem em polonês aos peregrinos deste país.
Durante a cerimônia, o decano do colégio cardinalício e ex-secretário de Estado, Angelo Sodano, leu uma mensagem de agradecimento aos cardeais pela eleição de Jospeh Ratzinger "como guia seguro" em seu caminho.
"Padre Santo, sinta-nos próximos nesse dia e continue conduzindo-nos com o amor de sempre", solicitou Sodano a Bento XVI.
"Como o bom samaritano, guie-nos na conclusão das obras de misericórdia materiais e espirituais de que tanto necessitam os homens de hoje, sobretudo os pobres e os doentes", acrescentou Sodano.