O Papa Bento XVI encerrou a curta viagem à Valência neste domingo, condenando de forma implícita algumas leis do governo socialista da Espanha e realçando que o casamento deve ser heterossexual e para a vida inteira. No último grande evento de sua visita de 26 horas ao país, o papa alemão presidiu uma missa para mais de um milhão de pessoas em um espaçoso complexo de arte futurista e ciência na terceira maior cidade da Espanha. No sermão, o papa, vestindo túnica verde e branca, elogiou diversas vezes a família tradicional, fundamentada em "casamento indissolúvel entre homem e mulher".
Para reforçar a mensagem, o papa novamente aclamou o casamento como um "laço permanente" pouco antes de entrar no avião para retornar à Roma. Os comentários do papa sobre valores de família contrastam com novas leis na Espanha para legalizar casamentos gays, tornar o divórcio e tratamentos de fertilidade mais fáceis e reduzir a edução católica nas escolas.
O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, que freqüentemente bate de frente com a Igreja Católica, não compareceu à missa no domingo, causando o que uma fonte do Vaticano chamou de "certa irritação" no meio papal. Pesquisas mostram que cerca de dois terços dos espanhóis apóiam casamentos gays, grande mudança frente à época do despotismo entre 1939-1975, quando Francisco Franco, de direita, proibiu o divórcio e o homossexualismo. Menos de um quinto dos espanhóis praticam agora sua fé.
A viagem foi a terceira do pontífice desde que foi eleito em 2005. O papa recebeu milhares de fiéis em Valência, que aplaudiram e agitaram bandeiras brancas e amarelas do Vaticano. No fim de sua viagem, o papa anunciou que o próximo Encontro Mundial de Famílias será na Cidade do México, em 2009.