O papa Bento XVI, preocupado com a crescente onda de violência entre grupos religiosos, vai ser em outubro o anfitrião de um encontro sobre paz com vários líderes religiosos na cidade de Assis, Itália, para discutir como eles podem promover melhor a paz.
Bento disse aos peregrinos na Praça de São Pedro que o objetivo do encontro é "uma solene renovação do compromisso dos crentes de todas as religiões em reviver a sua própria fé religiosa no serviço da causa da paz."
Ele fez o anúncio horas depois de uma bomba ter matado pelo menos 21 pessoas em uma igreja no Egito no ataque mais recente contra cristãos no Oriente Médio e na África.
O encontro em Assis vai acontecer no 25.º aniversário de uma reunião semelhante que teve como anfitrião o falecido papa João Paulo II em 1986 na cidade em que nasceu São Francisco.
Aquele encontro teve a participação de líderes muçulmanos e judeus, além de chefes de várias outras religiões, incluindo o Dalai Lama, o líder espiritual dos budistas tibetanos, e o arcebispo de Canterbury.
O papa João Paulo II pediu para que todas as nações e grupos em conflito abandonassem as armas durante a duração do encontro. A maior parte dos grupos aderiu ao pedido.
Um dos temas principais do encontro de 1986 foi o repúdio público da ideia de violência em nome de Deus.
"A humanidade... não pode se permitir acostumar com discriminação, injustiças, intolerância religiosa, que hoje atingiu os cristãos de maneira particular," disse o papa Bento na homilia de ano novo para 10 mil pessoas na Basílica de São Pedro no dia em que a Igreja marca o seu Dia Mundial pela Paz.
"Mais uma vez, eu faço esse apelo (para cristão em áreas problemáticas) para não se ceder ao desânimo e à resignação", ele disse.