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Paquistaneses foram às ruas hoje homenagear Osama bin Laden e gritar "morte à América", condenando a ação unilateral dos Estados Unidos no território do Paquistão que matou o líder da Al-Qaeda. Em Abbottabad, cidade onde Bin Laden foi morto por forças especiais norte-americanas na segunda-feira, havia cerca de mil homens protestando no centro, após as preces semanais muçulmanas da sexta-feira. Ateando fogo a pneus e bloqueando uma via central, os manifestantes afirmavam que os EUA eram terroristas.

Os governos de Paquistão e EUA alegaram que o ataque foi realizado sem que Islamabad tenha sido informado anteriormente. "Se você quer salvar o Paquistão, precisa romper as correntes da escravidão americana", afirmava um cartaz no protesto.

O fraco e fragmentado governo civil do Paquistão é bastante impopular, no país de 170 milhões de habitantes, e visto como um lacaio dos EUA. Esses sentimentos são abastecidos pela guerra de 10 anos no vizinho Afeganistão e por ataques de aviões não tripulados da Agência Central de Inteligência (CIA) contra comandantes da Al-Qaeda e do Taleban que vivem no cinturão tribal no noroeste paquistanês.

Centenas de pessoas também protestaram em Quetta, no sudoeste do país, para lembrar Bin Laden e atacar os EUA. O grupo Jamiat-Ulema-e-Islam (JUI), a favor do Taleban, encabeçava a manifestação. "Os serviços de Osama pelos muçulmanos serão lembrados para sempre", afirmou Abdul Qadir Looni, graduado membro do JUI no protesto. "Ele desafiou o grande Satã e usurpador como a América e despertou muçulmanos pelo globo. Essa manifestação o homenageia", afirmou Looni.

Um ex-senador federal e graduado líder partidário, Hafiz Fazal Bareach, disse que a morte de Bin Laden criará milhares de outros como ele. "Um foi martirizado e agora milhares de Osamas nascerão, porque ele criou um movimento contra forças antimuçulmanas que não depende de personalidades", afirmou Bareach.

O principal partido religioso do Paquistão, Jamaat-e-Islami (JI) convocou protestos pelo país nesta sexta-feira para denunciar a operação dos EUA. As manifestações, porém, não pareciam contar com muitos adeptos. Em Peshawar, no noroeste do país, cerca de 400 pessoas participaram. Outras 300 se reuniram em Multan, no centro paquistanês.

Na quinta-feira, o Paquistão exigiu a redução da presença de tropas dos EUA no país ao mínimo. O governo local ameaçou rever a cooperação com os norte-americanos, caso haja uma operação unilateral similar.

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