Al-Qaeda estudava ataque a trens em 11 de setembro
Informações de inteligência recolhidas no complexo onde Osama bin Laden foi morto, no Paquistão, mostram que a rede Al-Qaeda estudava a possibilidade de realizar ataques contra trens nos Estados Unidos no 10º aniversário dos ataques de 11 de Setembro, informaram funcionários norte-americanos nesta quinta-feira (5). Leia mais
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, embalado por uma onda de aprovação popular após a morte de Osama bin Laden, visitou nesta sexta-feira (6) uma base militar e agradeceu às forças especiais envolvidas na operação que matou o líder da Al-Qaeda em território paquistanês. A rede terrorista confirmou nesta sexta a morte de seu líder. O texto foi obtido pelo grupo de monitoramento norte-americano Site, que acompanha essas mensagens virtuais entre radicais e aspirantes a extremistas.
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O encontro no quartel Fort Cambpell, no Kentucky, ocorreu sob sigilo, cinco dias depois de uma operação que elevou a popularidade do presidente Obama e rendeu elogios até de adversários republicanos. O presidente foi recebido na pista de pouso por comandantes militares como o vice-almirante William McRaven, chefe da força Seal -- unidade especial da Marinha, responsável pela invasão da casa de Bin Laden em Abbottabad, no Paquistão, no domingo.
Na véspera, Obama havia participado de uma cerimônia em Nova York em homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, cometidos pela rede Al Qaeda, de Bin Laden. Esses eventos, no entanto, ocorrem num momento em que a operação que matou Bin Laden está cada vez mais cercada por dúvidas, questionamentos e mudanças nas versões oficiais.
Muita gente no mundo islâmico e na Europa fez críticas aos EUA depois da admissão de que Bin Laden foi morto desarmado e com um tiro na cabeça, e também porque seu corpo foi sepultado no mar -- prática rara na religião muçulmana. A maioria dos norte-americanos, no entanto, continua eufórica com a morte do seu inimigo número 1, e vê os soldados da força Seal como heróis. Por isso, Obama foi pessoalmente agradecê-los.
Para receber o presidente, soldados -- alguns recém-chegados do Afeganistão -- se reuniram num hangar cheio de bandeiras norte-americanas, com uma banda tocando rock. Um gigantesco cartaz pendurado numa parede dizia: "Trabalho bem cumprido!".
Mas, para proteger a natureza sigilosa da atividade dessa força, o encontro foi reservado. Os jornalistas que acompanham Obama na viagem não puderam ver nem mesmo o exterior do centro de operações especiais, e o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse apenas que o presidente iria se reunir com "alguns operadores especiais" envolvidos na ação do Paquistão.
Pesquisas mostram que a aprovação popular a Obama voltou a superar 50 por cento depois da morte de Bin Laden, mas analistas dizem que esse impulso pode não durar até a eleição de 2012, quando ele disputará um novo mandato.
Por essa avaliação, o eleitorado estaria mais preocupado em questões econômicas, como o desemprego e o preço da gasolina, ainda que Obama tenha agora mais argumentos para rebater uma tradicional acusação dos republicanos aos democratas -- a de serem fracos em questões de segurança nacional.
Al-Qaeda confirma morte e ameaça ataque
Até agora, a Al-Qaeda e o Taleban não havia se manifestado sobre a morte do seu fundador durante uma operação militar realizada por tropas norte americanas em uma cidade próxima à capital Islamabad, no Paquistão. A morte de Bin Laden aconteceu na madrugada da última segunda-feira.
O presidente dos EUA, Barack Obama, optou por não divulgar as fotos da morte do terrorista. O corpo foi lançado ao mar por militares norte-americanos ainda na segunda-feira. A falta de provas havia colocado a morte de Bin Laden em dúvida. No texto, a Al-Qaeda ainda ameaça transformar "a alegria (dos Estados Unidos) em tristeza", com novos ataques ao país.
"Nós ressaltamos que o sangue do guerreiro sagrado, xeque Osama bin Laden, é precioso para nós e para todos os muçulmanos e não será derramado em vão", afirma o comunicado. "Nós continuaremos, se Deus quiser, com uma maldição contra os americanos e seus agentes, perseguindo-os fora e dentro de seus países."
O texto inclui a seguinte ameaça: "Em breve, se Deus quiser, a alegria deles se transformará em tristeza", pois "o sangue deles será misturado às suas lágrimas". O comunicado pede ainda ao povo do Paquistão, onde Bin Laden foi morto, que se revolte contra seus governantes. Também afirma que uma mensagem de Bin Laden, gravada uma semana antes de sua morte, será divulgada em breve.
O comunicado, assinado pela "liderança geral" da rede, é o primeiro da rede terrorista desde a ação de forças dos EUA que culminaram na morte de Bin Laden. A autenticidade do texto não pode ser confirmada de modo independente, mas ele foi divulgado em sites que tradicionalmente publicam mensagens da Al-Qaeda.
O anúncio também abre caminho para o grupo nomear o sucesso de Bin Laden. Seu vice, o egípcio Ayman al-Zawahri, é agora a figura mais proeminente do grupo e deve ficar com o posto.
Em vídeo, Taleban também promete vingar Bin Laden
Combatentes do Taleban fortemente armados, que apareceram num vídeo que mostra pessoas vestidas como militantes da linha de frente no sul do Afeganistão, disseram que a morte de Osama bin Laden os inspirará a continuar a luta até que todas as tropas estrangeiras tenham deixado o país.
A autenticidade do vídeo obtido pela Reuters no sul do Afeganistão não pode ser confirmada.
O vídeo mostra seis combatentes não identificados do Taleban, todos com os rostos cobertos, com rifles de assalto, lançadores de granada, metralhadoras e outras armas.
Três deles prometeram continuar a combater as forças estrangeiras lideradas pela Otan, apesar do assassinato de Bin Laden, morto por forças dos Estados Unidos no Paquistão.
"Mesmo se a notícia do martírio de Osama bin Laden for verdade, isso não vai mudar nossa política de jihad (guerra santa)... se for verdade que ele está morto, isso nos dará mais motivação para continuar nossa jihad", disse um dos combatentes no vídeo.
Os combatentes falaram sob a condição de que seus nomes e localização não fossem divulgados. A Reuters obteve o vídeo no sul do Afeganistão.
"O martírio de Osama bin Laden não vai afetar nossa estratégia e não nos afastará de nossa meta", disse um segundo combatente. "Vamos continuar com nossa jihad e nosso sacrifício contra os infiéis até o dia do julgamento final, e vamos vingar nossos mártires."
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