Suspeitos são levados pela polícia paquistanesa| Foto: Shakeel Ahmed/AFP

Treze paquistaneses que alegadamente estrangularam e depois queimaram Ambreen Riasat, de 17 anos, enfrentarão julgamento sob a lei antiterrorista, afirmou a polícia do país neste sábado (7). O crime ocorreu porque a garota teria ajudado amigos a fugir para se casarem. O ato foi considerado um desrespeito ao matrimônio arranjado pelas famílias.

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O corpo da vítima foi encontrado em uma van, perto de um hotel no noroeste do Paquistão no dia 29 de abril. Segundo a polícia, o crime foi ordenado pelo conselho tribal. Ambreen foi estrangulada até a morte antes de ser queimada.

De acordo com o policial Muhammad Tahi, Pervez Gul Zaman, um dos 13 suspeitos detidos, afirmou que o grupo queria “usar a menina como exemplo” para evitar que outros jovens fugissem para se casarem. A polícia ainda espera a perícia para constatar se a vítima foi drogada ou envenenada.

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Estima-se que cerca de mil mulheres sejam mortas no Paquistão por ano nos chamados “assassinatos de honra”, em resposta a possíveis romances fora do casamento arranjado. Em grande parte dos casos, membros da própria família da vítima estão envolvidos. Até o momento, porém, a polícia assume que o pai da jovem assassinada não tem ligação alguma com o crime. O homem pediu para que os criminosos sejam queimados em público.

Já a mãe da vítima foi detida porque, segundo as autoridades, não pareceu ter ficado preocupada quando a filha sumiu, tampouco perguntou sobre o corpo encontrado na van.

A Comissão de Direitos Humanos do Paquistão condenou a morte de Ambreen. “As autoridades não podem trazer a jovem vítima de volta, mas devem ao menos garantir que a justiça seja feita e que combata as condições permissivas para que incidentes assim aconteçam”.