Sob forte pressão internacional, o Paquistão anunciou nesta terça-feira(20) que começou a libertar mais de 5.000 advogados, oposicionistas e ativistas detidos sob o estado de emergência imposto pelo presidente Pervez Musharraf duas semanas atrás. Partidos de oposição dizem, no entanto, que o anúncio do ministério do Interior é apenas um "papel sem valor" e que ainda não há uma medida prática. Até agora, presos teriam sido libertados apenas em Karachi, onde um protesto pela liberdade de expressão terminou com dezenas de jornalistas detidos.

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Cerca de 3.400 detidos foram soltos na terça-feira e outros 2.000 serão libertados em breve, segundo o porta-voz do ministério do Interior Javed Iqbal Cheema em entrevista coletiva. O presidente Musharraf tem sido pressionado pela oposição, pelos aliados americanos e por governos ocidentais para voltar atrás no estado de emergência declarado em 3 de novembro e garantir a realização de eleições em janeiro, com liberdade e condições justas.

Na segunda-feira, o Supremo Tribunal paquistanês recusou cinco dos seis recursos apresentados pela oposição contra a reeleição do presidente. Cada vez mais isolado dentro do país, Musharraf voou para a Arábia Saudita na terça-feira, levantando especulações de que poderia tentar uma aproximação com seu inimigo político Nawaz Sharif - premier deposto em 1999 em um golpe e que agora vive exilado na cidade saudita de Jeddah.

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