Aviões de combate do Paquistão bombardearam nesta segunda-feira (11) supostas posições de militantes islâmicos em um enclave do Taleban perto da capital. A ação faz parte da ofensiva que, segundo as autoridades, matou 700 insurgentes e provocou a fuga de muitos outros. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que 360.600 refugiados escaparam do Vale do Swat e dos distritos vizinhos de Dir e Buner, após o início das operações militares na região, na semana passada. Essa cifra se soma aos cerca de meio milhão de desalojados em ofensivas anteriores.
Em outro acampamento na cidade de Mardan, centenas de desabrigados esperavam horas para se registrar ante a ONU, para ter acesso a tendas, alimentos e tratamento médico. A dura resposta militar de Islamabad rendeu elogios dos Estados Unidos, que exige a expulsão de milicianos do Taleban e da Al-Qaeda de seus refúgios seguros, de onde eles poderiam planejar ataques contra as forças norte-americanas e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no vizinho Afeganistão. Há também o temor de que o Paquistão se desestabilize. O país conta com armas atômicas.
O Exército paquistanês lançou uma ofensiva logo após insurgentes no Vale do Swat se aproveitarem de um acordo de paz para impor controle sobre áreas vizinhas, entre elas uma faixa situada apenas a 100 quilômetros da capital, Islamabad. O ministro do Interior, Rehman Malik, disse que 700 milicianos morreram no Swat nos últimos quatro dias. A cifra não pôde ser confirmada por fontes independentes, porque o Exército impede o acesso à zona de combate.