O Exército do Paquistão reconheceu nesta tarde que não foi avisado com antecedência sobre o ataque norte-americano contra o complexo localizado em Abbottabad - onde o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi morto - e confirmou as afirmações dos Estados Unidos de que nenhum paquistanês esteve envolvido no ataque.
Um funcionário da agência de espionagem militar paquistanesa (ISI, pela sigla em inglês) disse que o organismo havia cooperado com a reunião de informações desde o ano passado para ajudar a localizar Bin Laden, mas que os helicópteros norte-americanos que realizaram o ataque partiram do Afeganistão e sobrevoaram o território paquistanês, atacaram o esconderijo do líder da Al-Qaeda e voltaram para o Afeganistão sem serem detectados pelos paquistaneses.
O fato de Bin Laden estar vivendo em Abbottabad, cidade onde está localizada uma importante guarnição do Exército paquistanês representa um constrangimento para a ISI, reconheceu o funcionário. Mas ele negou que o Exército paquistanês tivesse ciência da presença do líder da Al-Qaeda no local. "É lamentável mas nós não sabíamos quem eram as pessoas que moravam no complexo", afirmou. "Esta é uma falha com a qual teremos de conviver."
Mais cedo, a ISI havia informado que o ataque a Bin Laden foi uma operação conjunta envolvendo forças paquistanesas. Depois, porém, a agência mudou a afirmação e disse que cooperou com informações de inteligência que levaram ao alvo, concentrados num mensageiro de confiança de Bin Laden que não sabia do ataque.
As habilidades de inteligência dos Estados Unidos que levaram seus militares ao alvo eram superiores às das agências paquistanesas, afirmou o funcionário da ISI. "Nós não éramos capazes de juntar dois mais dois. Eles eram."
O presidente Barack Obama também citou, em seu discurso televisivo feito na noite de ontem, que a cooperação paquistanesa no compartilhamento de informações de inteligência ajudou a localizar o complexo. O funcionário da ISI negou os relatos de que os helicópteros norte-americanos tenham decolado de Tarbela, uma base aérea perto de Abbottabad, que fica a cerca de 64 quilômetros de Islamabad, a capital do país.
Mais cedo, a ISI havia afirmado que a prisão de um militante indonésio ligado à Al-Qaeda por forças paquistanesas em Abbottabad, no mês de março, poderia estar ligada ao ataque contra Bin Laden. Depois, um funcionário da agência disse que não havia conexão, mas acrescentou que a detenção do militante foi uma mostra da seriedade do Paquistão no combate à Al-Qaeda no país.
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