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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira que o mundo se transformou em um lugar melhor depois da morte do líder da Al-Qaeda Osama bin Laden.
O presidente falou durante uma cerimônia na Casa Branca e disse que esse é um bom dia para o país. Obama afirmou ainda que os EUA honraram o compromisso de ver a justiça feita.
Testes de DNA confirmaram que o líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, está morto, disse nesta segunda-feira (2) uma autoridade do governo dos Estados Unidos. A fonte afirmou, em condição de anonimato, que uma amostra de DNA foi coletada antes do sepultamento de Bin Laden no mar.
Segundo informações da Casa Branca, Bin Laden tentou se esconder atrás de mulheres quando as forças especiais norte-americanas invadiram o complexo onde ele estava vivendo no Paquistão no domingo, e uma delas morreu ao ser usada como escudo humano.
O chefe de contra-terrorismo da Casa Branca, John Brennan, disse a jornalistas nesta segunda-feira que ainda não está decidido se uma foto do corpo de Bin Laden será divulgada para a imprensa.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou no final da noite de domingo (1º) a morte de Osama bin Laden, organizador dos atentados terroristas às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York e ao Pentágono, em 11 de setembro de 2001. Caçado desde então pelas forças americanas, Bin Laden foi morto durante operação da CIA, a principal agência de inteligência dos EUA, em uma região montanhosa do Paquistão, próxima à fronteira com o Afeganistão.
O corpo do líder da Al-Qaeda, de 54 anos, ficou em poder das forças americanas e foi sepultado no mar. Um oficial militar dos EUA disse que o corpo do terrorista mais procurado do mundo deveria ser tratado conforme a tradição islâmica. Isso significa o sepultamento dentro de 24 horas.
Osama bin Laden foi morto após uma equipe dos Estados Unidos conduzir um ataque com helicóptero sobre um complexo de luxode um milhão de dólares em um resort de verão perto da capital do Paquistão. Depois de 40 minutos de combate, Bin Laden e um filho adulto, uma mulher e dois homens foram mortos.
Ação contra Bin Laden foi "conjunta" com Paquistão, dizem fontes
A operação que resultou na morte de Osama bin Laden foi realizada conjuntamente pelo Paquistão e os Estados Unidos, disseram fontes paquistanesas na segunda-feira, rejeitando rumores de atritos entre as agências de espionagem dos dois países.
"Sem nosso envolvimento, esta operação não teria tido sucesso", disse uma fonte governamental paquistanesa. "Seria possível sem a nossa ajuda? Não", disse outra fonte. "Foi uma operação conjunta de inteligência."
O Paquistão reluta em detalhar o seu envolvimento na invasão da mansão onde Bin Laden se refugiava, na localidade de Abbottabad, ao norte de Islamabad, onde ficam um importante quartel e a sede da Academia Militar Paquistanesa.
O fato de Bin Laden ter sido morto no coração do Paquistão -- e não em remotas áreas tribais do país -- gerou questionamentos nos EUA sobre a cooperação paquistanesa na caçada ao líder da rede Al-Qaeda.
Um alto funcionário do governo norte-americano, citado no site da Casa Branca, sugeriu em conversa com jornalistas que o Paquistão havia sido excluído da operação.
"Não partilhamos nossa informação sobre as instalações de Bin Laden com nenhum outro país, inclusive o Paquistão. Isso ocorreu por apenas uma razão: acreditávamos que era essencial para a segurança da operação e do nosso pessoal."
Já o alto-comissário (embaixador) do Paquistão na Grã-Bretanha, Wajid Shamsul Hasan, disse à Reuters que se tratou de "uma operação conjunta, feita com colaboração secreta, realizada profissionalmente e com uma conclusão satisfatória".
"A operação de ontem", acrescentou, "desmentiu todas as alegações do passado de que a CIA e a ISI (agências de espionagem dos EUA e Paquistão, respectivamente) não estariam cooperando, e que haveria uma divergência entre a CIA e a ISI."
As duas agências tiveram atritos públicos nos últimos meses, principalmente por causa de ataques com aviões teleguiados dos EUA em áreas tribais paquistanesas, e a prisão de um funcionário contratado pela CIA que matou a tiros dois paquistaneses em Lahore.
Ao mesmo tempo, no entanto, EUA e Paquistão se aproximaram nas suas posições a respeito da necessidade de uma solução política, em vez de militar, para a guerra no Afeganistão.
Fontes oficiais de três países disseram recentemente que os EUA haviam iniciado um movimento de diálogo com o grupo islâmico afegão Taliban, algo que o Paquistão há anos queria que ocorresse.
Mas uma fonte oficial disse que seria errado insinuar que o Paquistão fizera um acordo para entregar Bin Laden em troca de uma maior aceitação norte-americana para a posição de Islamabad a respeito do Afeganistão.
Bin Laden nasceu na Arábia Saudita
Bin Laden nasceu na Arábia Saudita em 1957, em uma família de mais de 50 irmãos. Ele era filho do magnata da construção Mohamed bin Laden. Seu primeiro casamento foi com uma prima síria aos 17 anos. Acredita-se que ele tenha tido 23 filhos com ao menos cinco esposas.
Bin Laden utilizou sua fortuna para financiar o Jihad (guerra santa) contra os soviéticos e depois contra os americanos. Em 1973, entrou em contato com grupos islamitas. Após a invasão soviética do Afeganistão em 1979, viajou para este país para combater os invasores com o apoio da CIA, a Agência Central de Inteligência americana. Sua organização, Al-Qaeda ("A Base"), foi fundada em 1988, ou seja um ano antes da retirada soviética do Afeganistão.
Em 1989 voltou à Arábia Saudita. Após o estouro da guerra do Golfo em 1991, ele criticou a família real por ter autorizado o desdobramento de soldados americanos em território saudita, o que o fez ser declarado persona non grata no país.
Instalou-se então no Sudão, onde os serviços americanos de inteligência o acusaram de financiar campos de treinamento de terroristas. Em 1994, foi definitivamente privado da nacionalidade saudita.
Em 1996 o Sudão, submetido à pressões americanas e da ONU, pediu a Bin Laden que fosse embora do país. Ele foi então para o Afeganistão, onde fez funcionar uma dezena de campos de treinamento e lançou apelos contra os Estados Unidos.
A ação mais espetacular que lhe foi atribuída antes do dia 11 de setembro foi um ataque contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, no dia 7 de agosto de 1998, que causou 224 mortos e milhares de feridos.
Em 1999, ele foi incluído na lista da Birô Federal de Investigações americano (FBI) entre as dez pessoas mais procuradas do mundo.
Bin Laden também foi acusado de ter ordenado o ataque contra o navio americano "USS Cole" no Iêmen, que fez 17 mortos em outubro de 2000.
Os Estados Unidos, que o acusam de ter planejado desde o Afeganistão os ataques suicidas de Nova York, Washington e Pensilvânia do dia 11 de setembro, deram início a uma perseguição depois de, em 23 de setembro, as autoridades americanas ofereceram 25 milhões de dólares por qualquer informação que permitisse capturá-lo.Financiado pelos Estados Unidos, ele lutou ao lado de rebeldes contra tropas soviéticas no Afeganistão nos anos 80, o que acabou levando à criação da Al-Qaeda.