As forças de segurança paquistanesas retomaram nesta segunda-feira (30) o controle de uma academia de polícia que havia sido atacada na cidade de Lahore. Cerca de dez militantes armados invadiram o local e mataram pelo menos 20 pessoas e ferindo mais de 100 antes de serem dominados pelo esquadrão antiterrorismo.
O ministro paquistanês do Interior, Kamal Shah, disse que quatro terroristas foram mortos e três estão presos. Ele também disse anteriormente que 89 policiais tinham sido mortos, mas o número de mortos ainda estava sendo determinado.
"A operação acabou. Quatro terroristas foram mortos e três ficaram feridos", disse o ministro à Reuters.
"Prendemos vários terroristas. Estamos interrogando algumas pessoas. Uma fala em patshun (a etnia dos islamitas talibãs) e é um jovem", disse o assessor para Assuntos Internos, Rehman Malik, à televisão privada Geo.
O ataque ocorreu entre as 7h e as 8h locais (entre 23h e meia-noite no horário de Brasília), quando, segundo testemunhas, os criminosos lançaram granadas contra a academia e, em seguida, começaram a atirar e invadiram o local, que está cercado por forças paramilitares e do Exército. Teme-se que haja muitas outras vítimas, pois havia cerca de 900 cadetes no local na hora do ataque, a maioria desarmada.
Os agentes faziam exercícios no momento do ataque à academia. Um dos policiais feridos contou que conseguiu escapar. "Eu pulei do segundo andar. Havia corpos dos mortos por toda a parte", disse ele.
Outro policial declarou à emissora "Express TV" que os terroristas vestiam uniformes policiais.
As TVs mostraram policiais agradecendo a Deus, fazendo sinais de vitória com os dedos, e disparando suas armas para cima para celebrar a retomada da academia de polícia, após um intenso tiroteio.
"Uma granada atingiu o pelotão próximo ao meu. Depois, houve um intenso tiroteio por cerca de 20 minutos", contou, num hospital, um dos policiais feridos no ataque. "Um homem em roupas claras - eu acho que eram brancas - parou na nosso frente, atirando contra nós. Eles queriam provocar o máximo de dano possível."
O ataque foi assumido por um grupo islamita pouco conhecido ligado ao Taleban, chamado Fedayeen al-islam. A informação partiu de Omar Farooq, um integrante do Taleban no Paquistão que telefonou para a Associated Press.
"Enquanto as tropas paquistanesas não deixarem as áreas tribais, os ataques continuarão", ameaçou Farooq, referindo-se às operações militares do Paquistão nas regiões tribais vizinhas ao Afeganistão.
O Paquistão, que faz fronteira com o Afeganistão, foi citado na semana passada como um importante foco de instabilidade pelo presidente Barack Obama quando o democrata anunciou a nova estratégia norte-americana para a região.
Emboscada
O ataque ocorre menos de um mês depois de uma emboscada contra a seleção de críquete do Sri Lanka no coração de Lahore e mais uma vez expõe o grau de ameaça representado por grupos armados locais ao governo do Paquistão, um aliado dos Estados Unidos dotado de armas nucleares.
Soldados do Exército e de outras forças de segurança cercaram a academia, na periferia da cidade, e trocaram tiros com os milicianos em cenas que lembraram os ataques de militantes islâmicos a alvos na cidade indiana de Mumbai (ex-Bombaim) em novembro do ano passado.
Veículos blindados invadiram a academia enquanto helicópteros sobrevoavam o complexo. Diversos policiais tentaram escapar, alguns deles rastejando ao redor dos corpos de vítimas do ataque
A troca de tiros posterior ao ataque estendeu-se por cerca de oito horas e os invasores chegaram a manter 35 reféns, disse Rao Iftikhar, funcionário do alto escalão do governo de Punjab, província da qual Lahore é capital.
Repercussão
O secretário do Exterior da Índia, Shivshankar Menon, disse aos repórteres em Nova Délhi que seu país está "profundamente triste e chocado com os eventos desta segunda-feira em Lahore".
O secretário do Exterior da Grã-Bretanha, David Miliband, condenou o ataque em comunicado.
A Embaixada dos Estados Unidos em Islamabad emitiu um alerta aconselhando os cidadãos norte-americanos a evitarem viagens a Lahore e à fronteira com a Índia.
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