O uso da força militar pela Rússia contra a Geórgia, incluindo ataques a bomba e mísseis, é desproporcional a qualquer ameaça e pode aumentar as tensões na região, disse uma autoridade norte-americana neste sábado, que falou com a condição de que não fosse identificada.
Segundo ele, a Rússia atacou áreas na Geórgia que estão muito distantes da província separatista de Ossétia do Sul, o centro dos combates. Ele acrescentou que os militares russos estão atingindo alvos civis.
"A Rússia têm empregado o armamento aéreo mais potente que detém em seu arsenal. Eles lançaram ataques a mísseis balísticos no território da Geórgia", disse a autoridade norte-americana. Bombardeios russos ocorreram também em Abkhazia, uma região separatista da Geórgia, longe da Ossétia do Sul, segundo ele.
"Trata-se de um acirramento perigoso da crise", disse ele. A resposta militar russa "marca uma escalada grave e está sendo conduzida em áreas muito distantes da zona de conflito na Ossétia do Sul, que é onde a Rússia afirma precisar proteger seus cidadãos e suas forças de paz. Portanto, a resposta tem sido muito desproporcional a qualquer ameaça que os russos aleguem sofrer". A autoridade criticou Moscou por evitar tentativas de mediação e por ter recusado uma proposta de cessar-fogo da Geórgia.
ONU
Enquanto isso, o Conselho de Segurança da ONU encerrou uma rodada de negociações informais sobre o conflito sem chegar a um acordo em torno de um pedido conjunto de cessar-fogo. "Chegamos à conclusão de que será muito difícil, se não impossível, atingir um consenso em torno de um comunicado", disse o embaixador belga para a ONU, Jan Grauls.
Também hoje, a França anunciou que enviará seu ministro de Relações Exteriores, Bernard Kouchner, numa missão para tentar pôr fim às ofensivas. A França atualmente ocupa a presidência da União Européia, cujos ministros de Relações Exteriores deverão se reunir em Paris no início da próxima semana.
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