Dois dias após autoridades paraguaias acusarem militares brasileiros de terem violado o território do país vizinho, a assessoria do Itamaraty afirmou que tudo não passou de um mal-entendido já esclarecido.
Embora não confirme ou negue que os militares brasileiros tenham avançado sobre a área do país vizinho, a assessoria afirma que, se isso ocorreu, foi um acidente, possivelmente provocado pelo fato de a região ser de fronteira seca, com os limites mal sinalizados.
Segundo a diplomacia brasileira, o governo paraguaio estava ciente de que o Exército brasileiro realizaria uma operação próximo divisa do Mato Grosso do Sul com o país vizinho e nem o governo, nem os militares brasileiros tinham qualquer intenção de agredir o Paraguai.
Um comunicado divulgado pelo chanceler paraguaio, Alejandro Hamed Franco, e pelo ministro da Defesa, Luis Barreiro Spaini, no mesmo dia do incidente, sugere que o governo do país vizinho não tinha conhecimento prévio do exercício militar brasileiro.
"Toda incursão em território paraguaio de policiais ou militares estrangeiros sem a autorização do governo nacional ou sem que este a coordene constitui uma violação soberania territorial de nosso país, diz a nota, explicando que os militares brasileiros haviam avançado 30 metros além do seu limite territorial.
Para Franco e Spaini, o episódio afeta a soberania paraguaia. Ambos afirmam que o incidente desta quarta-feira (19) se soma aos semelhantes episódios ocorridos recentemente, assemelhando-se a uma inexplicável mas sistemática prática e atitude de confrontação e provocação da parte dos brasileiros.
Nesta quinta (20), o chanceler paraguaio convocou o embaixador brasileiro em Assunção, Eduardo dos Santos, para que esclarecesse o ocorrido. Segundo nota divulgada pela chancelaria paraguaia, o representante do Brasil teria se comprometido a obter respostas oficiais do governo brasileiro.
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