Grupos de oposição sírios recusaram como insuficiente a anistia para prisioneiros políticos decretada pelo presidente Bashar Assad após dois meses de protestos e derramamento de sangue, durante uma reunião realizada ontem para planejar suas próximas ações.
De acordo com informações de rebeldes, a repressão governamental em dois povoados do centro da Síria matou pelo menos 33 pessoas, incluindo uma menina de 11 anos.
A França, país do qual a Síria foi colônia, disse que as autoridades de Damasco precisam tomar atitudes mais corajosas após a morte de pelo menos mil pessoas durante a repressão a manifestantes, geralmente desarmados. Washington exige que Assad peça a interrupção da violência contra o povo sírio.
A televisão estatal síria disse que uma investigação foi iniciada sobre a morte de Hamza al-Khatib, um menino de 13 anos que foi supostamente torturado e morto por forças de segurança em Deraa, ao sul de Damasco.
As imagens, que durante o dia circularam entre sírios no YouTube, Al-Jazeera, Facebook e sites opositores mostram um buraco feito à bala no pequeno crânio no menino, os cabelos empapados de sangue.
Um tiro que perfurou a pele do abdômen e foi direto ao fígado e finalmente o pescoço quebrado do adolescente que teve o pênis cortado, cujo corpo estava contorcido num pedaço de plástico.
A televisão estatal síria disse que o Ministério do Interior indicou uma comissão para investigar a morte do garoto, após ativistas pró-democracia terem aberto uma página no Facebook e convocado novas manifestações em sua memória.
A página no Facebook do grupo Syrian Revolution 2011, a força motriz por trás dos protestos contra o governo, diz que o corpo de Hamza foi devolvido à sua família na semana passada após o adolescente ter desaparecido depois de uma manifestação em Deraa, realizada em 29 de abril.
O Observatório dos Direitos Humanos se prepara para divulgar um relatório detalhando uma série de abusos na região.