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Indignação

Para Rice, reação russa a acordo com Polônia "beira o bizarro"

Diante da insatisfação russa com o acordo antimísseis firmado entre Polônia e Rússia, Rice ironizou dizendo que a "Guerra Fria acabou" | Francois Lenoir / Reuters
Diante da insatisfação russa com o acordo antimísseis firmado entre Polônia e Rússia, Rice ironizou dizendo que a "Guerra Fria acabou" (Foto: Francois Lenoir / Reuters)

A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, disse nesta quarta-feira (20) que a reação russa ao acordo entre EUA e Polônia para a instalação de um escudo antimísseis "beira o bizarro". No entanto, ela insistiu que Washington não deseja confronto com Moscou.

"Espero que não haja gente na Rússia saudosa dos dias da confrontação EUA-URSS, porque eles acabaram. A Guerra Fria acabou", disse Rice a jornalistas em Varsóvia, depois de assinar o tratado em que a Polônia aceita a instalação de dez interceptadores de mísseis em seu território, em troca de os EUA reforçarem a defesa antiaérea do país.

Questionada sobre um general russo que ameaçou usar armas nucleares contra a Polônia devido ao acordo, Rice afirmou estar de acordo com o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, que qualificou a declaração como "retórica patética".

"Como você vai atacar a Polônia por haver dez interceptadores voltados contra ameaças futuras de longa distância, de países como o Irã, e depois de terem sido oferecidos todos os tipos de medidas para demonstrar isso?", disse Rice. "[A ameaça] simplesmente beira o bizarro".

Em entrevista à CNN, Rice lembrou que a Polônia, sendo membro da Otan, está sob defesa da aliança. "Eles devem saber que os EUA nunca permitiriam um ataque contra um território de um aliado sob o Artigo 5 [do Tratado do Atlântico Norte, que trata de defesa mútua]".

Mais tarde, em seu site, a chancelaria russa disse que Moscou reagiria ao acordo americano-polonês "não só por meio de protestos diplomáticos".

Segundo ela, ao suspender seus contatos com a Rússia, uma decisão tomada nesta terça-feira (20), a Otan quer impedir que Moscou tente recuperar no Leste Europeu uma esfera de influência semelhante à que tinha na época soviética.

A ocupação militar deste mês na Geórgia, país-candidato à Otan, as ameaças contra a Polônia e os atos hostis contra o governo pró-ocidental da Ucrânia, também candidato a participar da aliança, seriam sinais desse comportamento.

"O que temos de impedir é a noção de que podemos estipular um novo limite na Ucrânia e na Geórgia. Foi isso que a Otan fez ontem. Não se trata tanto de punir a Rússia. Trata-se de ajudar a Geórgia e deixar claro para a Rússia que, se isso era para intimidar a Otan contra aprofundar relações com Ucrânia e Geórgia, não conseguiram".

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