Curitiba - A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) avalia a possibilidade de a gripe suína ter chegado ao Paraná. Técnicos da secretaria enviaram ontem para análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, material coletado de uma mulher de 53 anos que retornou do México no último dia 5 e apresenta sintomas da doença. Enquanto isso, novos casos foram confirmados na Espanha, no Reino Unido, na Nova Zelândia e em Israel. A Organização Mundial da Saúde (OMS) contabilizou ontem 105 pessoas infectadas pela gripe suína em sete países.
O resultado do exame da paciente, que está internada em um hospital particular de Curitiba, cujo nome não foi informado, sairá na próxima quarta-feira. Até ontem, a Sesa havia notificado quatro casos suspeitos de gripe suína todos em Curitiba. Três foram descartados por serem comprovadamente casos de gripe comum.
O secretário de Saúde, Gilberto Martin, afirma que não há motivo para pânico. Ele alerta que com a chegada do inverno, muitas pessoas terão gripe, cujos sintomas são parecidos com o da gripe suína. "Isso é normal. Só precisam de atenção especial aquelas pessoas que apresentarem os sintomas mas que estiveram recentemente nos países onde os casos de gripe suína foram comprovados", afirma o secretário.
Martin também ressalta que não há risco de contaminação nos hospitais, já que, seguindo determinação da Organização Mundial da Saúde, os pacientes com os sintomas de gripe suína estão sendo isolados para tratamento.
Para conter a doença, desde domingo técnicos da Sesa e da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) participam de um grupo permanente para monitorar os possíveis casos da doença. As reuniões do grupo ocorrem todas as manhãs e hoje a Sesa divulga em seu site o Plano de Contingenciamento da Gripe Suína. "Esse grupo vai levantar a necessidade da compra de insumos para conter a gripe suína, como de máscaras. Mas é importante enfatizar que isso só ocorrerá se realmente houver necessidade", explica o secretário.
De medida efetiva, o grupo técnico definiu quatro hospitais-referência para atender os casos suspeitos: Hospital de Clínicas e do Trabalhador, em Curitiba; Hospital Universitário, em Londrina (ler texto ao lado); e Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu. Se houver necessidade, o grupo pode definir hospitais-referência em cada uma das 22 regionais de saúde do estado.
Apesar dos quatro hospitais-referência, Martin lembra que quem apresentar os sintomas da gripe suína deve procurar qualquer unidade de saúde. "Se for confirmado, o paciente será encaminhado por esta unidade de saúde para um dos hospitais-referência", aponta o secretário. Além disso, informa Martin, há outros hospitais no estado também capacitados para o atendimento da gripe suína. "Dos cerca de 500 hospitais do Paraná, mais da metade é de médio e grande porte, com áreas de isolamento para o tratamento de doenças como esta", garante o secretário.
