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Treinador de goleiros da seleção de futsal da Líbia, o carioca Marcelo Gallina, 40 anos, se apresentou para o treinamento marcado para a manhã desta terça (22), mas ninguém apareceu.

Ele então pegou a mala e se dirigiu para o aeroporto da capital Trípoli a fim de tentar embarcar em um voo para deixar o país.

Gallina estava havia dois dias trancado em seu apartamento, em um condomínio fechado em Trípoli. Com contrato até 2012, ele vive no país desde maio do ano passado.

Ao G1, contou que estocou alimentos para pelo menos sete dias e que evitava sair de casa devido aos conflitos nas ruas.

A situação do país se agravou nesta semana. Os protestos, que estavam concentrados na cidade de Benghazi, chegaram à capital, Trípoli. Aeronaves militares teriam atacado uma multidão de manifestantes. Segundo fontes não-oficiais, há mais de 400 mortos.

"Parece coisa de filme. O espaço aéreo foi fechado. Tentei sair de casa [na segunda, 21] e não consegui. Tem manifestantes por todos os lados, pessoas armadas com pedaços de pau, pedras, tiros por todos os lados. Nem táxi consegui para ir até o aeroporto. Voltei para casa e encontrei uma loja aberta", disse o treinador pelo Skype, programa de telefonia via internet.

Gallina estava sem contato com a família desde sexta-feira (18). Na última terça (15), o time chegou da Itália onde estava treinando. Ele conta que a equipe treinou normalmente no sábado (19) e no domingo (20).

Familiares

Do Rio de Janeiro, a mulher de Gallina, Mônica, acompanha pela imprensa as notícias sobre a situação na Líbia.

Casada com Marcelo Gallina há 21 anos, ela preparava a primeira viagem para a Líbia no feriado de Carnaval, mas adiou os planos devido aos problemas políticos no país.

"Eu não vejo a hora de ele entrar num avião e voltar para casa. Depois que consegui falar com ele, fiquei um pouco mais calma, mas a situação que a gente vê pela imprensa é muito complicada. Eu quero que ele volte por enquanto para casa", disse Mônica.

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