Parisienses terão de passar esse inverno no frio, ou achar novas maneiras de se aquecer que não sejam as tradicionais lareiras à lenha. Um novo decreto da Prefeitura de Paris determina que a partir de 1º de janeiro de 2015 será proibido acender lareiras na grande Paris. A medida já causa revolta nos franceses, que veem o inverno se aproximar.

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A decisão do governo atinge 435 comunas na região metropolitana e foi tomada para melhorar a qualidade do ar da região. De acordo com o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) o ar que se respira em Paris é tão nocivo quanto um cômodo de 20m² com oito fumantes.

Segundo o jornal Le Parisien, a fumaça das lareiras domiciliares é responsável por 23% da poluição por partículas finas da cidade, quantidade similar à liberado por automóveis. As partículas finas são cancerígenas e, além de liberá-las para o exterior, as lareiras emitem contaminantes dentro das casas.

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A decisão causa revolta nos parisienses, e os protestos já chegaram aos jornais. O escritor e jornalista André Bercoff publicou um artigo no Le Figaro criticando a decisão que põe fim "a uma prática milenar". Bercoff destaca que o ser humano se reúne em volta do fogo desde a Pré-História e que é fascinado pelo fogo desde a infância.

"O princípio da precaução triunfa assim sobre o da emoção, e é bem assim, porque é preciso proteger a Humanidade dela própria", escreve Bercoff.

O jornalista ainda destaca, com cinismo, que nem todas as lareiras da grande Paris terão que ficar apagadas. Quem não a usar como sistema de aquecimento principal e puder pagar entre três mil e seis mil euros ( de R$ 9.500 a R$ 28.600) por um equipamento que controla a poluição, poderá manter o charmoso artefato aceso durante o inverno europeu.