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Enganado?

Parlamento iraniano derruba ministro acusado de falsificar diploma de Oxford

Ali Kordan se defende no Parlamento do Teerã da denúncia de que teria falsificado um diploma em Direito na universidade de Oxford | Raheb Homavandi / Reuters
Ali Kordan se defende no Parlamento do Teerã da denúncia de que teria falsificado um diploma em Direito na universidade de Oxford (Foto: Raheb Homavandi / Reuters)

O parlamento iraniano derrubou nesta terça-feira (4) o ministro do Interior, Ali Kordan, acusado de falsificar seu diploma de doutorado em Direito na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Ele admitiu no mês passado que o diploma era falso, mas disse ter sido enganado. Sua demissão é considerada uma derrota para o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, já que o ministro era um dos responsáveis por organizar as eleições de junho de 2009. A decisão de afastar Kordan por conduta desonesta foi aprovada 188 dos 247 deputados presentes ao Parlamento, e deve prejudicar as aspirações de Ahmadinejad de ser reeleito daqui a nove meses.

Apesar do afastamento do ministro ter sido pedido por ampla maioria, a discussão entre os parlamentares durou quase seis horas. O caso já era alvo de disputa desde outubro entre os aliados de Ahmadinejad e a oposição, incluindo reformistas e moderados, que culpam o governo pelas dificuldades econômicas que o Irã vem enfrentando. O presidente defendeu Kordan, elogiando-o como uma "personalidade excepcional da revolução islâmica".

- Os parlamentares têm todo o direito de votar o impeachment de ministros, mas nesse caso eu não concordo com o impeachment - disse Ahmadinejad, que fez da luta contra a corrupção uma das bandeiras de seu governo.

O ministro derrubado pelo Parlamento havia assumido a pasta do Interior no dia 5 de agosto, com aprovação de 164 dos 290 parlamentares que compõem a Câmara iraniana. No fim de outubro, um grupo de 28 deputados apresentou um documento intitulado "a falta de veracidade e sinceridade do ministro sobre o título de doutorado" e solicitou ao Parlamento que a nomeação de Kordan fosse submetida a um novo voto de confiança caso não fosse demitido. Kordan recusou-se a renunciar. Pela lei islâmica da Sharia, ele pode ser preso por apresentação de documento falso.

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