O Parlamento iraniano estuda reconsiderar as relações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o braço da ONU encarregado de assuntos nucleares, informou neste domingo o presidente da Câmara legislativa, Ali Larijani.
Em entrevista à agência oficial "Irna", Larijani revelou que a cooperação "constante e adequada" do Irã com a AIEA vai depender "da atitude do organismo" em direção às autoridades de Teerã, que consideram que o último relatório emitido sobre seu programa nuclear é "irreal".
Segundo ele, a Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento do Irã vai se reunir nos próximos dias para avaliar as relações com o organismo da ONU encarregado de assuntos nucleares.
Ele acusou a AIEA de desviar o foco de seu mandato e reiterou que "os futuros laços de seu país com o organismo vão depender do comportamento do organismo". Ao mesmo tempo garantiu que o Irã adotará as medidas necessárias "se seus direitos forem violados nesta matéria.
Falou ainda sobre os planos de Teerã de emitir um comunicado à opinião pública internacional sobre a situação e seus objetivos com o programa nuclear.
O Conselho de Governadores da AIEA aprovou na sexta-feira uma moção, elaborada pela Alemanha, China, França, Estados Unidos, Reino Unido e Rússia, na qual demonstra a "profunda e crescente preocupação" pelos indícios de que o Irã trabalha para desenvolver bombas atômicas.
Os seis países redatores da moção formam o Grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha), que manteve várias rodadas de conversas com o Irã sobre seu programa nuclear e, nos últimos dias, convocou Teerã para uma nova reunião.
A moção segue-se a um relatório apresentado em 8 de novembro pelo secretário-geral da AIEA, Yukiya Amano, que afirmava ter indícios de que o Irã trabalhou recentemente no desenvolvimento de bombas atômicas, o que Teerã negou taxativamente.
A moção do Conselho de Governadores da AIEA foi aprovada há dois dias com 32 votos a favor dos 35 países-membros do organismo, entre eles Rússia e China, além dos quatro países redatores do texto, só se opuseram Cuba e Equador e a Indonésia se absteve.
Teerã considerou que o relatório de Amano, divulgado em 8 de novembro, foi redigido com dados "falsos" e acusou o secretário-geral da AIEA de atuar o ditado dos EUA e Israel, os grandes inimigos do Irã.
A moção aprovada há dois dias foi classificada pelo Irã de "infundada e desequilibrada", ao tempo que suas autoridades reiteravam que suas atividades nucleares são exclusivamente civis e pacíficas e ressaltavam que não abandonarão seu programa de desenvolvimento atômico.
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