Centenas de partidários do presidente russo Vladimir Putin criaram nesta quinta-feira o movimento "Para Putin" no início de uma campanha destinada a mantê-lo como "líder nacional" depois das eleições presidenciais de 2008, as quais não pode concorrer.
O congresso de fundação do movimento foi realizado em Tver (160 km ao norte de Moscou), a duas semanas das legislativas de 2 de dezembro, que parecem cada vez mais um plebiscito sobre Putin, líder da lista do partido Rússia Unida no poder.
"Respeitamos o desejo do presidente de não alterar a Constituição", que o proíbe de voltar a se candidatar por estar terminando o exercício de dois mandatos consecutivos (2000-2004 e 2004-2008), declarou um dos organizadores, Pavel Astajov, citado pela agência Interfax, antes do começo do congresso.
"Mas vemos mecanismos para manter o curso da reforma (iniciada há oito anos) e permitir que Vladimir Putin continue sendo líder nacional", acrescentou.
Os fundadores do movimento se encontraram às 13H00 locais (08H00 de Brasília) em um teatro da cidade lotado, comprovou um jornalista da AFP.
Putin declarou em várias ocasiões que deixaria o Kremlin em 2008, mas manteria influência política, sem explicar exatamente como. Ele poderia então se tornar primeiro-ministro ou dirigir a maioria parlamentar esmagadora que se anuncia para a Rússia Unida.
As pesquisas estimam que o partido de Putin alcance 50% dos votos e, com isso, obterão mais cadeiras na Duma (Parlamento) se for a única formação representada com os comunistas. Todos os demais partidos poderiam ficar abaixo dos 7% exigidos para entrar na câmara.
As manifestações para pedir que Vladimir Putin "continue sendo o líder nacional" da Rússia, com ou sem terceiro mandato, se multiplicam há semanas por todo o país. A oposição acusa o Kremlin e a administrações locais de orquestrar estes atos.