O partido Nova Democracia (ND), favorável ao pacote de resgate internacional à Grécia, está à frente dos radicais de esquerda Syriza contrários à ajuda na campanha para a eleição parlamentar de 17 de junho que pode decidir se o país afundado em dívidas vai permanecer no euro, mostrou uma pesquisa nesta quinta-feira.
A pesquisa, da Data RC, mostrou o apoio aos conservadores do ND em 24,5%, ante 22,1% para o Syriza, que deseja a permanência da Grécia na zona do euro, mas rejeita o pacote internacional e as medidas de austeridade relacionadas.
A pesquisa foi realizada nacionalmente entre 28 e 30 de maio.
Sem contar os eleitores indecisos e os que não iriam votar se a eleição fosse realizada hoje, a mesma pesquisa mostrou que o ND teria 28,4% contra 25,6% do Syriza. No total, sete partidos conseguiriam cadeiras no Parlamento.
O resultado da eleição do próximo mês - que terá implicações para a zona do euro como um todo - permanece bastante em aberto, uma vez que diferentes pesquisas nos últimos dias tiveram resultados altamente contraditórios.
Entre três sondagens divulgadas na quarta-feira, uma mostrou empate entre o ND e o Syriza. Outra colocou o ND à frente e uma terceira sugeriu que o partido de esquerda Syriza venceria as eleições, se elas ocorressem agora.
As previsões contraditórias estão inquietando os mercados e os políticos que temem que a vitória do partido radical Syriza force a saída da Grécia da moeda única de forma desordenada, e possivelmente caótica.
Preocupados com o crescimento da dívida em outros países da zona do euro, como Espanha e Portugal, algumas autoridades europeias temem que uma saída desordenada da Grécia deflagre um efeito dominó, minando a confiança na moeda única no momento em que o bloco enfrenta dificuldades para defender sua credibilidade.
A Grécia foi forçada a convocar a votação em 17 de junho depois que a eleição parlamentar de 6 de maio dividiu por igual o Parlamento entre grupos de partidos que apoiam e os que se opõem às medidas de austeridade condicionadas ao pacote de resgate de 130 bilhões de euros aprovado com os credores em março.
O fracasso subsequente de qualquer partido em formar um governo de coalizão que funcionasse e o sucesso do Syriza, que ficou em segundo lugar, repercutiram na Europa e colocou em xeque o futuro da Grécia na moeda única.
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