Pelo menos 15 mil integrantes e simpatizantes do partido governamental islamita Al-Nahda participaram da manifestação de apoio à legalidade eleitoral e à união nacional que foi convocada neste sábado (16) no centro da capital e que se desenvolveu de forma pacífica.
Os milhares de manifestantes chegaram de forma progressiva de todas as regiões do país e de todos os bairros da capital e se instalaram na avenida Habib Bourguiba à espera dos discursos dos dirigentes do partido islamita.
O presidente do Al-Nahda, Rachid Ganuchim, pediu formação de um "Governo de união nacional aberto a todos além do tripartite atual" e que "não seja um Governo de tecnocratas, que estão aqui para tramitar e não para governar".
"Um Governo de tecnocratas será débil, sem apoio e indefensável", acrescentou o líder islamita em seu discurso.
Ganuchi defendeu também que a Assembleia Nacional Constituinte adote a Lei para a Proteção da Revolução com o objetivo de resistir "àqueles setores que querem instaurar uma ditadura", os mesmos setores que "apelam a um Governo de tecnocratas".
O projeto de Lei para a Proteção da Revolução estipula proibir de participar de eleições toda pessoa que ocupou cargos no partido ou no regime do ex-presidente Zin el Abidine Ben Ali.
Estas demonstrações da capacidade de mobilização do partido começaram após o enterro do líder de esquerda assassinado na semana passada, Chukri Bel Aid, cerimônia que mobilizou mais de um milhão de cidadãos em todo o país.
Coincidem ainda com uma profunda crise política no país provocada pela demora do primeiro-ministro, Hamadi Jabali, em formalizar um "Governo de tecnocratas" após afirmar que renunciaria caso não encontrasse apoio e consenso.
A renúncia de Jabali foi postergada por ele mesmo ontem à noite ao término de uma reunião dos principais líderes políticos que deve continuar na próxima segunda-feira com o objetivo de aproximar posturas para um novo Governo.