O Partido do Poder do Povo (PPP) decidiu nesta terça-feira (9) reapresentar ao parlamento Samak Sundaravej para o cargo de primeiro-ministro da Tailândia. A decisão ocorre no mesmo dia em que o Tribunal Constitucional determinou o afastamento do chefe de governo, declarado culpado de violar a Constituição porque recebia dinheiro para apresentar um programa de culinária na TV.
A sentença considerou que, ao apresentar um programa de culinária na televisão já sendo chefe do governo, Sundaravej descumpriu o capítulo 267 da Constituição, que proíbe os membros do Executivo de trabalhar na iniciativa privada.
"Seu cargo como primeiro-ministro terminou", disse o chefe do Tribunal Constitucional, Chat Chonlaworn, ao ler o veredicto.
O primeiro-ministro havia argumentado na segunda-feira, ao depor perante o tribunal, que ele não era contratado pelo canal de televisão e que só recebia pelas despesas de transporte e dos ingredientes, por isso não existia nenhum tipo de incompatibilidade.
Nos últimos meses, Sundaravej esteve em meio às manifestações antigovernamentais, que se intensificaram há duas semanas, com a ocupação da sede do Executivo em Bangcoc.
O líder tailandês dirigiu o programa de culinária durante sete anos e fez poucas aparições após chegar à chefia do Governo, há sete meses.
Vários senadores da oposição levaram o caso ao Tribunal Constitucional, que declarou o primeiro-ministro culpado e permitiu seu afastamento afinal.
No programa "Cozinhando e Protestando", o político alternava a preparação de pratos tailandeses com comentários sobre a atualidade do país.
A crise política na Tailândia começou em maio passado, quando manifestantes acamparam em frente ao edifício das Nações Unidas para exigir a renúncia de Sundaravej e de seu governo, e se intensificou em 26 de agosto, com a ocupação do palácio governamental.
Na terça-feira passada, Sundaravej declarou estado de exceção, após a morte de uma pessoa e de 43 feridos em um confronto entre partidários e opositores do governo.
No entanto, o Exército evitou aplicar o estado de exceção para dispersar os manifestantes, e os protestos continuam no palácio governamental e nas ruas adjacentes.
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